Promotor do TPI discute na Líbia julgamento do filho de Kadafi
O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI) Luis Moreno-Ocampo chegou a Trípoli nesta quarta-feira (18) encarregado de "investigar" as acusações que contra Saif al-Islam, filho do líder assassinado da Líbia, Muamar Kadafi, que está aprisionado e pode ser julgado pelo TPI.
Publicado 18/04/2012 16:15
A corte para crimes de guerra, sediada em Haia, emitiu um mandado de prisão para Saif al-Islam no ano passado, depois de acusação feita por promotores e pelo imperialismo de suposto envolvimento no que foi chamada de "repressão a manifestantes", durante o golpe armado de Estado que derrubou o governo e assassinou seu pai.
As autoridades instaladas depois do golpe querem "julgá-lo" no país, mas é incompetente para custodiar sua presença, ja que Saif ainda está nas mãos dos golpistas que o capturaram no deserto do sul da Líbia em novembro.
Ao chegar ao aeroporto de Trípoli, Moreno-Ocampo já alardeou que está no país "porque estou investigando crimes." Questionado sobre se um possível acordo estava sendo firmado com o governo líbio para julgar Saif al-Islam na Líbia sob a supervisão do TPI, ele disse: "Sou promotor do TPI, não faço acordos. Nós aplicamos a lei."
"Os juízes do TPI determinaram a entrega de Saif (ao tribunal). O governo líbio diz que eles contestarão a admissibilidade do caso antes do fim de abril e então os juízes decidirão."
Líbia e o tribunal disputam a posse do prisioneiro, o que gera especulações sobre o quanto sabe o filho de Kadafi sobre o envolvimento do pai em negócios com países ocidentais, como França e Itália.
Submisso aos interesses do imperialismo, o TPI insiste na entrega de Saif al-Islam, com a alegação de que ele deve enfrentar as acusações por crimes de guerra. O tribunal determinou que o governo líbio "cumpra com suas obrigações para impor o mandado de prisão" e o entregue sem demora.
Diante dos laços de Saif al-Islam com autoridades ocidentais, os atuais dirigentes teimam em não entregá-lo, pretendendo fazer um julgamento rápido em seu território para evitar que transpareçam as ligações entre seus atuais dirigentes e políticos ocidentais.
Com agências