EUA podem intervir na Síria mesmo sem autorização da ONU
Nesta quinta-feira (31), a embaixatriz estadunidense na ONU, Susan Rice, declarou que os esforços para chegar a uma solução para a questão na Síria não têm sido suficientes. No momento em que as maiores potências geopolíticas se dividem na disputa sobre as estratégias mais eficientes de combate à violência na Síria, os EUA cogitam se aliar a outras nações e agir de forma independente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Publicado 01/06/2012 10:19
Ela reforçou as críticas do governo de Barack Obama à Rússia alegando que a intransigência do país deixa os membros do Conselho de Segurança e da comunidade internacional com uma única alternativa: "avaliar se estão preparados para tomar decisões independentes do plano de paz do ex-secretário-geral Kofi Annan e da autoridade do organismo”.
As informações revelam a disposição dos EUA de buscar a solução militar pro conflito no país árabe, ainda que sem consenso mundial e mais uma vez contrariando as resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Há cerca de 15 meses, o país vive sob intensos conflitos. Mais de 10 mil pessoas foram assassinadas tanto do lado das forças sírias, quanto rebeldes.
Por outro lado
Já o secretário da Defesa estadunidense, Leon Panetta, declarou que o governo dos Estados Unidos só apoiará uma intervenção militar na Síria se houver autorização da ONU. Ele ressaltou, porém, que a situação no país está "intolerável". A iniciativa de uma ação militar conta com a rejeição reiterada da Rússia.
O posicionamento da Rússia e as dificuldades encontradas pelos Estados Unidos nas guerras no Afeganistão, Iraque e Líbia faz com que se torne mais difícil a resolução para o conflito por uma via militar, o que explica as declarações dadas pela Secretária de Estado estadunidense, Hillary Clinton, também nesta quinta-feira (31).
Em evento com estudantes dinamarqueses, Hillary argumentou que a Síria, em contraste com a Líbia, tem uma sociedade mais diversificada, com grandes divisões étnicas, sem oposição unificada, defesa aérea mais forte e um Exército muito mais estruturado.
Acima de tudo, ela enfatizou que não há apoio internacional por causa da oposição russa e chinesa no Conselho de Segurança da ONU, onde por duas vezes esses países vetaram resoluções sobre a Síria.
O cenário revela que este ainda é um debate aberto dentro do próprio governo dos Estados Unidos, visto que, em ano eleitoral, não é certo o apoio da população a esta ação armada.
Liga Árabe e Alba
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi, rejeitou nesta sexta-feira (1º) a possibilidade de intervenção militar no país. A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América, Alba, também rejeitou a interferência nos assuntos internos da Síria.
Histórico
A situação na Síria se agravou depois do massacre de 108 pessoas, incluindo crianças, em Houla, no Centro do país. De acordo com pronunciamento feito nesta quinta-feira (31) por fontes oficiais, o Exército sírio e as forças de segurança não tiveram nada a ver com o massacre.
De acordo com a Prensa Latina, após a visita do enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, impera uma atmosfera de calma em Damasco e há um declínio nas ações de grupos terroristas dentro do país.
Da Redação, com agências
Atualizado às 12:04 para acréscimo de informações