Paraná investe metade do previsto para 2012
Despesas crescem bem mais que receita e obrigam secretarias a enxugar gastos como água e luz para não comprometer funcionalismo
Publicado 08/11/2012 11:04 | Editado 04/03/2020 16:54
Na metade da atual gestão, o governo estadual não conseguiu bater sua meta de investimento e alterar a média histórica do Paraná. Até o mês de outubro, praticamente metade do previsto para 2012, R$ 963,16 milhões, foi empenhado. E nesses dois meses pouca coisa deve mudar, já que mesmo para manter os pagamentos do funcionalismo em dia e o limite prudencial – com critérios renegociados com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) –, o governador Beto Richa decretou uma economia de 20% em algumas despesas de custeio, a partir de 1.º de novembro.
São adequações nas contas de luz, água e compras que estavam programadas que podem ser adiadas para 2013, entre outras. “Aquilo que é contrato continuado não há como mexer, mas no resto temos como enxugar”, afirma o diretor-geral da Secretaria de Estado da Fazenda, Clovis Rogge.
As despesas do governo estadual aumentam em ritmo mais forte que a receita, pressionadas principalmente pelo o que Rogge chama de crescimento inercial da folha de pagamento, fruto de promoções, gratificações e assim por diante. “É um crescimento influenciado também pelos reajustes e neste ano tivemos dois grandes, para o magistério e para a segurança pública”. Os quase 18 mil policiais militares tiveram um aumento de 23,5% e os 83 mil professores da rede estadual, considerando a inflação de 5,1% concedida a todos os servidores no mês de maio, chegou aos 19,55%. Ele diz que esses reajustes demandam uma realocação de valores, que impactam os investimentos. A expectativa da Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano era de quase R$ 2 bilhões – o montante empenhado até agora mantém a média histórica, considerada baixa, de cerca de R$ 1 bilhão ao ano do Paraná.
Empréstimos
Até agora, só dois de um total de seis empréstimos que somam R$ 1,45 bilhão e estão sendo negociados pelo governo estadual desde o ano passado saíram efetivamente do papel: um contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 157,7 milhões para a área de segurança pública, que saiu em agosto; e outro de US$ 350 milhões (R$ 714 milhões) do Banco Mundial (Bird), acertado em setembro, cuja verba será utilizada nas áreas de agricultura, educação, meio ambiente e saúde e na melhoria da gestão pública.
Os demais quatro empréstimos, no valor de US$ 285,7 milhões (R$ 582,82 milhões), estão sendo negociados com o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Dois deles podem ser fechados neste ano e os outros dois em 2013.
Empresas
Rogge pondera que o estado encolheu o investimento público previsto, mas atraiu um montante significativo de capital privado, com a instalação de novas indústrias pelo Paraná Competitivo. Até agora seriam mais de R$ 19 bilhões e 100 mil empregos. “O valor absoluto impressiona, mas só saberemos se o Paraná está bem se tivermos os dados dos demais estados e do país em termos de investimento privado”, ressalta o supervisor técnico do Dieese no estado, Cid Cordeiro.
Fonte: Gazeta do Povo