Chanceleres árabes anunciam reunião sobre a Síria no Egito
Os chanceleres dos países membros da Liga Árabe realizarão nesta segunda-feira (12) uma reunião sobre a situação na Síria, que terá o comparecimento do mediador internacional Lakhdar Brahimi.
Publicado 12/11/2012 16:28
O encontro estava programado para ter início às 17 horas da cidade do Cairo (13 horas em Brasília) e acredita-se que esteja presente ao evento o "presidente" provisório, Ahmed Moaz, escolhido para o cargo depois de uma reunião de vários dias em Doha, a capital do Catar.
A reunião dos oposicionistas foi convocada depois que a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, e os países árabes que apoiam os bandos armados, indicaram que as gangues combatem que combaten o governo do presidente Bashar al-Assad deveriam dar mostras de coesão.
Os grupos armados foram acusados de genocídio depois da divulgação de um vídeo que mostra desconhecidos armados matando a tiros soldados sírios indefesos.
Reino Unido receberá "oposição"
O chanceler britânico, William Hague, anunciou nesta segunda que a "coalizão de opositores" ao presidente al-Assad se reunirá na próxima sexta-feira com "doadores" para avaliar mecanismos de ajuda aos bandos armados.
De acordo com Hague, o encontro acontece para unificar as estratégias de ajuda, em um momento que o britânico considerou "crucial" para a Síria, após a recente formação da autodenominada Coalizão Nacional para as Forças da Revolução e Oposição Síria, em Doha no Catar.
Na semana passada, o premiê britânico David Cameron autorizou funcionários do país a se reunirem com responsáveis pelos bandos armados e mercenários sírios, durante a última etapa de um giro que o levou à Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
Durante a viagem, o chefe de governo expressou que os Estados Unidos, o Reino Unido, a Arábia Saudita e outros países aliados deveriam fazer mais para dar uma forma à "oposição" como uma força "coerente" e abrir os canais de comunicação diretamente com os comandantes dos bandos armados.
Em um comunicado ao parlamento, o chanceler indicou que Londres não fornecerá armas aos rebeldes e assinalou que os oficiais insistirão junto aos bandos armados sobre a importância de "respeitar" os direitos humanos.
Entretanto, a organização Anistia Internacional advertiu que a venda de armas a países como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos só devem ser aceitas se houver garantia absoluta de que não serão utilizadas para cometer violações dos direitos humanos.
Bandos procuram legitimidade
Em Doha, grupos da "oposição" síria nomearam o xeque de 52 anos Ahmad Maaz Al Jatib como seu líder, em uma tentativa de demonstrar articulação junto à comunidade internacional.
Esses grupos, que a França, Estados Unidos e alguns países árabes se esforçam em articular e unificar adotaram um acordo após vários dias de reunião para formar um grupo autodenominado de Coalizão Nacional para as Forças da Revolução e Oposição Síria, que incluiu o famigerado Conselho Nacional Sírio (CNS).
Segundo versões da imprensa ocidental, o CNS recebeu forte pressão no último fim de semana para que se integrasse à nova "aliança".
O acordo foi assinado à frente do chanceler catariano, Hamad ben Jassem Al Thani, pelo chefe do CNS, Georges Sabra, e Al Jatib.
A unificação é tida no ocidente como uma tentativa da oposição de chegar a uma legitimidade diante da cada vez mais evidente ingerência do Ocidente no conflito e a presença de dezenas de milhares de mercenários estrangeiros que combatem as forças armadas do país, o Exército Árabe Sírio (EAS).
A nomeação do ex-imã da Grande Mesquita dos Omias em Damasco e que reside na Arábia Saudita, liderando a oposição síria, foi rapidamente ratificada por Washington no domingo à noite e por outros governos europeus
Fonte: Prensa Latina