"Governo reprime a luta social", denuncia comunista paraguaio
“O governo golpista de Federico Franco tem em sua ordem do dia a criminalização das lutas sociais”, denunciou hoje Carlos Luis Casabianca, presidente do Partido Comunista Paraguaio (PCP).
Publicado 16/11/2012 10:28

Em declarações à Prensa Latina, Casabianca destacou que a repressão aos camponeses e aos trabalhadores é levada adiante como parte da política do Executivo que chegou ao poder em junho passado após a destituição do presidente constitucional, Fernando Lugo.
O dirigente do PCP, de longa e conhecida trajetória na luta frontal contra a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), propôs a solidariedade da organização com todos os presos políticos existentes em vários cárceres da nação e se referiu especialmente aos camponeses.
Após participar pessoalmente em uma marcha a favor deles, falou do risco de morte que os lavradores detidos após o sangrento despejo de Curuguaty, em junho passado, no qual morreram 11 camponeses e seis policiais.
Alguns deles estão em estado grave, se encontram hospitalizados, com mais de 50 dias sem ingerirem alimentos, somente água, e realmente em um estado muito delicado, ressaltou.
Casabianca recordou que os grevistas são pessoas humildes, de poucos recursos, famintas, com uma alimentação deficiente e tudo isso vai contra as possibilidades de suportarem essa ação levada adiante em defesa da vida e da dignidade.
A seguir referiu-se aos resultados da investigação independente sobre os fatos de Curuguaty, realizada pela organização Plataforma em Defesa dos Direitos Camponeses com a participação de um jurista espanhol.
Eles comprovaram sobre no terreno que tudo foi na verdade uma provocação premeditada para realizarem um golpe contra o governo constitucional Fernando Lugo, expressou.
O líder comunista explicou que essas investigações demonstraram o uso de armas de grosso calibre que os camponeses não possuem e que o massacre foi um engodo para justificar o golpe de Estado sete dias depois.
Realizaram um julgamento falso para destituirem Lugo, eleito pela maioria do povo, mas sobretudo para interromperem o processo de mudanças objetivamente ocorrido na sociedade paraguaia, ressaltou.
Casabianca passou a referir à atuação dos promotores nacionais, não apenas neste caso, senão em todos os que envolvem camponeses que lutam por um pedaço de terra para viver e trabalhar.
Os promotores gerais, salvo raras exceções, tomam partido a favor dos latifundiários, das multinacionais, são pagos por eles, são filhos de mercenários que sempre pré-julgam e acusam qualificando os camponeses como delinquentes, assinalou.
No final da conversa, manifestou que o PCP lutará sempre contra a repressão aos trabalhadores rurais em sua batalha pela recuperação das terras apropriadas indevidamente, já que muitos as obtiveram durante a ditadura de Stroessner, bem como a favor de todos os presos políticos do governo.
Fonte: Prensa Latina