Correa pede que Obama acabe com dupla moral na América Latina 

O presidente equatoriano, Rafael Correa e candidato para à reeleição pelo Movimento Aliança Pais, pediu para Barack Obama eliminar a dupla moral em suas políticas para a América Latina.

Rafael Correa

Correa desejou muita sorte para Obama em seu novo mandato e êxitos em seu governo, mas como ex-presidente da União das Nações Sul-americanas (Unasul) insistiu que houve poucas mudanças para a região na política exterior dos Estados Unidos. 

Ele disse que conheceu Obama na Cúpula das Américas em Trinidade e Tobago (2009) e que pareceu ser uma boa pessoa, mas continua aplicando uma dupla moral para a América Latina, onde consideram bons aos governantes se forem amigos dos Estados Unidos.

“Pelo contrário, são ruins [os governantes latino-americanos e caribenhos] se os consideram inimigos, ou não se submetem aos caprichos dos presidentes norte-americanos”, ressaltou.

“Aos presidentes mais vergonhosos da América Latina os colocam como exemplo de democracia, apesar de terem acusações de atentar contra os direitos humanos e terem vinculações com grupos paramilitares e narcotraficantes”, pontuou Correa.

“E nós, que damos a vida pelos direitos humanos (…)  nos chamam de ditadores, sanguinários, ambiciosos, nesta política de dupla moral”e acrescentou “Se não nos submetemos a tudo o que ordenam [os Estados Unidos], como estavam acostumados fazem um linchamento midiático a nível internacional”.

Também não mudou essa dupla moral se aqui se prendem 10 pessoas em Luluncoto [cidade ao sul de Quito, por presuntos atos de sabotagem e terrorismo] dizem que é um atentado aos direitos humanos, mas prenderam 700 pessoas por tomar a ponte do Brooklyn.

“E ai não acontece nada”, comentou Correa, “Em Guantânamo [território ocupado em Cuba contra as leis internacionais e a opinião da população], ainda ocorrem torturas e não acontece nada. Com os drones [aviões não tripulados] cometem assassinatos seletivos e não acontece nada”.

Chega! Enfatizou e ainda “fazem matérias sobre os direitos humanos dos demais e continua essa prepotência, essa auto outorgada supremacia moral”.

“Quem nomeou [os Estados Unidos] como árbitros do bem e do mal?”, realçou.

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Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho