Alemães protestam contra demolição de trecho do muro de Berlim
Moradores de Berlim protestaram nesta sexta-feira (1º) contra a demolição de um trecho do muro que dividiu a cidade durante a Guerra Fria. Tratado como patrimônio cultural e histórico da cidade, o East Side Gallery, repleto de grafites emblemáticos, está na mira de uma construtora que pretende levantar um condomínio de luxo às margens do rio Spree, que corta a cidade.
Publicado 02/03/2013 11:59
Foto: Roberto Almeida/Opera MundiA demolição do muro começaria pela manhã, mas cerca de 300 manifestantes conseguiram impedir momentaneamente o trabalho dos guindastes, que retiraram apenas um pedaço da parede, de cerca de um metro e meio de largura. Nele há um grafite do Portão de Brandemburgo. Nas frestas foram enfiadas notas falsas de 100 euros, em crítica à especulação imobiliária, e deixadas dezenas de mensagens de protesto contra sua eventual demolição.
“Nossa história não é bonita, mas não pode ser jogada fora”, dizia uma delas. “Parem com a demolição. Ninguém precisa de condomínios de luxo aqui.”
O trecho do muro de Berlim em questão é o único remanescente do original, construído em 1961 pelo governo da Alemanha Oriental. Artistas portugueses, alemães, russos e brasileiros deixaram mensagens de paz nas grossas paredes de cimento.
O protesto contra a demolição foi tido por manifestantes como uma empreitada anticapitalista. O tema é o mesmo de muitos murais grafitados. A associação de artistas da East Side Gallery escreveu um apelo à população de Berlim e aos turistas para impedir a derrubada do trecho. “Somos contra a abertura planejada do muro. Não concordamos que, para benefícios privados, esse monumento seja destruído de novo”, diz, em nota.
Com informações da Rede Brasil Atual