Sinjorba repudia processo que ex-militar move contra jornalista

No período do regime, Brandão era oficial da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) e, segundo Renato Afonso, comandou as sessões de tortura contra ele no Quartel dos Dendezeiros, em Salvador. Os depoimentos do professor foram utilizados por Emiliano José, que publicou o artigo “Premonições de Yaiá” (Jornal A Tarde) e a reportagem “Corpo amputado querendo se recompor” (Carta Capital).

O militar, que mais tarde se tornou pastor, hoje é presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos no Brasil e no Exterior (Omebe) e está à frente da Igreja Batista Caminho das Árvores, além de ser um dos principais aliados do prefeito da capital, ACM Neto (DEM). Ele acusa Emiliano de calúnia, crime pelo qual o jornalista vai responder, por ter tido o nome incluído nos textos.

O Sinjorba, através da presidente Marjorie Moura, avaliou a atitude de Brandão como uma ameaça aos profissionais de imprensa e declarou que vai acompanhar o caso até o fim. Segundo Marjorie, os diretores da entidade vão trabalhar na divulgação do que chamou de “lamentável episódio”.

“Recorrer ao Código Penal Brasileiro, em fase de revisão, destoa dos novos rumos exigidos pela sociedade brasileira e se configura numa ameaça de censura ao livre trabalho de apuração da imprensa. O Sinjorba, também amordaçado no período militar, não poderia tolerar tal fato e vai prestar todo o apoio ao colega através de sua assessoria jurídica na tramitação deste caso”, diz a nota.

Através do twitter, Emiliano agradeceu o apoio do sindicato e reafirmou que Átila Brandão é acusado das torturas contra Renato Afonso.

De Salvador,
Erikson Walla