Desocupação pacífica de acampamento em Planaltinha

A desocupação do Acampamento Mangabeira, em Planaltina, onde havia 600 lotes demarcados de forma irregular, deverá ser finalizada hoje com a retirada das últimas 60 construções, de um total de 150 que eram habitadas.

"O GDF vem negociando desde o início da ocupação e ofereceu benefícios sociais. Na saída dessas pessoas, não houve acordo, mas também não houve resistência por parte deles", esclareceu o secretário de Governo, Gustavo Ponce de Leon.

Na operação, que teve inicio às 10.30, o Comitê de Combate ao Uso Irregular do Solo utilizou 22 caminhões de mudança e maquinário pesado para as demolições e retirada de entulho, além de 560 servidores.

Ao todo, na área do acampamento, que é equivalente a 27 campos de futebol –segundo informações oficiais–, existiam 428 construções, das quais 388 eram feitas de alvenaria e 40 de madeira, distribuídas em 10 quadras.

As moradias eram abastecidas com água e energia elétrica recebida por gambiarras ligadas às redes de fornecimento desses serviços.

GRILAGEM –

Iniciada em fevereiro de 2011, a ocupação Mangabeira teve à frente integrantes do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasília, que reivindicava um lugar para a reforma agrária.

O secretário de Ordem Pública e Social, José Grijalma Farias Rodrigues esclareceu que as pessoas residentes no acampamento não fazem parte do movimento social iniciado com a invasão. De acordo com ele, diversas atitudes dos acampados dão indícios de grilagem de terras.

"Observamos muita especulação imobiliária naquela região. Tínhamos a informação de grilagem, mas não conseguimos identificar ainda. De qualquer forma, se essas pessoas forem pegas, serão presas", destacou o secretário.

Embora o GDF tenha buscado o diálogo para avançar nas negociações, nenhum dos ocupantes aceitou participar de programas sociais, como o Morar Bem.

COMBATE –

Durante fiscalização realizada ontem no Núcleo Rural 26 de Setembro, em Taguatinga, um homem foi preso enquanto tentava comercializar 20 lotes com áreas entre 500 m² e 800 m² por até R$ 70 mil.

Se condenado, poderá cumprir pena de até cinco anos de prisão e pagar multa que pode chegar a 100 salários-mínimos (R$ 67,8 mil) pelo crime de parcelamento irregular do solo.

Em outra operação, no Setor Habitacional Pôr do Sol, em Ceilândia, duas mulheres foram presas for invasão de área pública.