Atuação partidária cotidiana é consenso em Encontro Sindical

No último sábado (25) o PCdoB do Estado de São Paulo reuniu 125 sindicalistas, representantes de 19 entidades, em um encontro, no Sintaema, na região central da Capital. A atividade decidiu pela participação plena da categoria na preparação do 13° Congresso Nacional do PCdoB, intensificação da presença dos sindicalistas na vida partidária e apoio ao projeto nacional progressista em curso no país.

Encontro Sindical estadual PCdoB SP - AntonioMiotto

“Houve consenso sobre a necessidade de construir o partido cotidianamente, pensá-lo, planejá-lo, formarmos quadro sindicais, lideres de categoria como também da sociedade. Enfim, houve completa adesão pela ideia de que, a questão de poder político exige atuação partidária e não apenas ação sindical isolada”, contou Helifax de Souza, secretário sindical do Comitê Estadual do PCdoB de São Paulo.

O encontro em São Paulo foi centrado nos seguintes temas: Conjuntura Política Internacional e Nacional e 13° Congresso Nacional do PCdoB, que acontecerá no final do ano, e as Resoluções do 5° Encontro Sindical nacional do PCdoB, realizado no Rio de Janeiro no período de 14 a 15 de maio. O presidente estadual do PCdoB, Vereador Orlando Silva, foi o palestrante da primeira parte do encontro enquanto Nivaldo Santana, secretário nacional sindical do PCdoB, tratou do 5° Encontro Sindical.


Helifax fala sobre o objetivo do encontro

A crise do capitalismo e as eleições de 2014 foram pontos destacados por Orlando Silva. “Precisamos estar atento porque sempre que há uma crise os trabalhadores são os primeiros penalizados”. O presidente estadual também refletiu sobre o papel dos sindicalistas do PCdoB para a expansão do partido. Ele lembrou que a luta para a Câmara Federal, que viabiliza tempo de tv e recursos do fundo partidário, é central para os comunistas.

“Tem que ter líder sindical candidato a deputado. Precisamos atrair e identificar lideranças que se convertam em lideranças eleitorais também”, defendeu Orlando. Ele citou que a chapa própria do PCdoB para a assembleia legislativa deve ter 141 candidatos.

“Essa chapa estadual vai dar suporte para a nossa chapa para a Câmara Federal que já deverá ter nomes como o do ministro Aldo, secretário Netinho de Paula, Protógenes e o meu nome também está à disposição”, completou Orlando. O projeto eleitoral do PCdoB para 2014 é eleger pelo menos três deputados federais em São Paulo e ampliar a bancada da assembleia legislativa que tem os deputados Leci Brandão e Alcides Amazonas.

Presente ao evento, Amazonas declarou que o movimento sindical pode dar grandes contribuições para o fortalecimento do PCdoB."Não podemos subestimar o movimento sindical. Em 2014, os companheiros do movimentos sindical podem e devem contribuir para que o nosso projeto seja exitoso", disse Amazonas.


Amazonas fala aos sindicalistas

Orlando também reafirmou a escolha do PCdoB pelo apoio à reeleição da presidenta Dilma. “Novas lideranças surgindo são importantes e legítimas mas consideramos que o Brasil deu importantes passos nos últimos 10 anos e precisamos continuar avançando com esse projeto”, ressaltou. Ele lembrou dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) que constatou que o Brasil vive a menor desigualdade de toda a sua história.

Nivaldo Santana começou a intervenção acompanhando a avaliação positiva de Orlando Silva em relação aos dez anos dos governos dos presidentes Lula e Dilma. E acrescentou: “Mas nem tudo são Flores. A luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, por exemplo, é uma agenda inconclusa”, lembrou Nivaldo.

Ele destacou o crescimento e fortalecimento da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) como uma central sindical importante no Brasil. São mil sindicatos filiados a CTB, que intervêm em todos os fóruns do movimento sindical no país. “Os comunistas estão presentes em inúmeros sindicatos como lideranças importantes mas essa energia é pouco aproveitada fora da esfera sindical”, lembrou Nivaldo.

Segundo ele, o sindicalista precisa ter ambição política. “(o sindicalista) precisa ser da direção do partido, precisa ser candidato a vereador. Precisa ter protagonismo”, defendeu Nivaldo. Na opinião dele, é preciso “dar uma chacoalhada nos sindicatos”. “É preciso melhorar o enraizamento no local de trabalho, debater a presença de jovens e mulheres que é mínima nos sindicatos”, enumerou.


Da Esquerda para direita: Cardia, Helifax, Nivaldo e Onofre

A rotatividade no mercado de trabalho também foi citada por Nivaldo. “Em 2012 aconteceram 20 milhões de demissões no Brasil e a maioria dos demitidos não tinha nem um ano no emprego. Essa rotatividade puxa o salário pra baixo”, afirmou.

“A agenda trabalhista precisa de muita mobilização e unidade para avançar”, concluiu. A população economicamente ativa do Brasil é de 100 milhões de pessoas, desse total apenas metade está inserida formalmente no mercado de trabalho.

Renê Vicente dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), considera o fortalecimento do sindicato junto à base como fator estratégico para um protagonismo das massas.

“Os comunistas tem um papel fundamental nessa aglutinação e para ganhar mais volume nas bases”, reafirmou. Para ele, as conquistas dos trabalhadores precisam avançar com mais intensidade nos governos progressistas. “Temos bandeiras importantes como a redução da jornada e o fim do fator previdenciário que não avançaram”, cobrou Renê.

Cerca de 10 cidades de São Paulo estiveram representadas no encontro: Marilia, presidente Prudente, Campinas, Ribeirão Preto, São Caetano, Guarulhos, Osasco, Jaguariuna, Jundiaí e São Paulo.

Durante o encontro foram anunciadas filiações importantes ao PCdoB de integrantes do Sindicato dos bancários, do Sintaema e ainda de trabalhadores da GM de São Caetano do Sul, entre eles Luizão, que teve a ficha abonada pelo vereador Orlando Silva.

De São Paulo, Railídia Carvalho