Reino Unido mantém base de espionagem no Oriente Médio

O diário britânico The Independent, em matéria desta sexta-feira (23), informou que o Reino Unido possui um centro de espionagem secreto no Oriente Médio, desde onde intercepta correios eletrônicos, chamadas telefônicas e o tráfico de dados na Internet para os Estados Unidos e outras agências de inteligência ocidentais.

Espionagem nos EUA - The Guardian

A notícia é resultado dos últimos documentos filtrados pelo ex-técnico da Agência Central de Inteligência estadunidense (CIA), Edward Snowden, que está asilado temporalmente na Rússia, após ter divulgado o programa de espionagem global e massiva realizado por Washington.

O jornal não mencionou o local exato da mencionada base de espionagem britânica por razões de segurança. Segundo os documentos, as atividades da base consistem na recolha de informações através dos cabos de fibra ótica subaquáticos para retransmiti-los ao serviço de inteligência britânico, o Quartel General de Comunicações do Governo (GCHQ) e, depois, à Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA.

O Governo do Reino Unido afirma que a instalação no Oriente Médio é um posto chave da denominada “guerra contra o terrorismo”, além de servir como um sistema vital de “advertência”, quando se trata de possíveis ataques.

A estação de espionagem secreta é parte de uma das maiores operações eletrônicas clandestinas, sob o código “Tempora”, cujo custo se estima em cerca de 1,5 bilhão de dólares, e faz gravações de chamadas telefônicas, conteúdo de mensagens eletrônicas, acessos de redes sociais e histórico pessoal dos usuários de internet.

Fontes da inteligência citadas pelo Independent negaram que o objetivo seja uma recolha generalizada de todas as comunicações, e insistiram em que a operação é direcionada à "segurança, terror e crime organizado", no âmbito da "cooperação" entre os Estados Unidos e o Reino Unido, desde os atentados de 11 de Setembro, em mais um uso do evento para a justificativa das ações policialescas dos dois países.

As informações sobre o projeto estão em cerca de 50 mil documentos do serviço de inteligência britânico, que Snowden juntou durante o ano de 2012.

Nesta semana, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, interveio pessoalmente para frear as novas revelações sobre o escândalo de espionagem dos Estados Unidos e do Reino Unido, pelo que pressionou o diário britânico The Guardian, principal veículo das denúncias, para que entregasse ou destruísse os documentos entregues por Snowden.

Com informações da HispanTV e The Independent,
Da redação do Vermelho