Bolívia fecha fronteira com Peru para capturar traficantes

A Bolívia suspeita que traficantes peruanos estão por trás da emboscada, realizada neste sábado (19) aos membros da chamada FTC (Força Tarefa Conjunta, na sigla em espanhol), formada por militares e policiais com o objetivo de verificar plantações ilegais da planta, que podem ser utilizadas para a produção da droga.

Pelo menos quatro pessoas morreram, incluindo dois militares, e mais de vinte ficaram feridas. Também foram sequestradas ao menos dez pessoas, das quais seis já foram encontradas e quatro permanecem desaparecidas.

“Queremos esses assassinos frente à Justiça e a máxima sanção que prevê o texto constitucional”, declarou o ministro do Interior, Carlos Romero. “Vamos atuar com rigor máximo”, acrescentou ele em coletiva de imprensa nesta terça (22), na qual anunciou o fechamento parcial da fronteira.

Romero explicou que também foi solicitado ao governo peruano o fechamento dos acessos e das vias que conectam os países na região do ataque para evitar a fuga dos envolvidos. Além dessas medidas, a Bolívia reforçou a presença policial na área e iniciou operações de vigilância aérea.

Segundo o ministro, este foi o “pior ataque armado realizado contra a FTC” e anunciou o início de investigação em diversas frentes governamentais. O promotor geral da Bolívia, Ramiro Guerrero, confirmou a criação de uma comissão de investigadores de sucesso especial para o caso.

Os investigadores levantaram suspeitas contra os traficantes peruanos porque os camponeses bolivianos da região não têm tradição de usar armas e nem a capacidade para preparar uma operação de resistência armada contra os militares.

Segundo o relato de um sobrevivente, os membros da FTC começavam a destruir os arbustos das plantas de coca quando foram surpreendidos por disparos de homens encapuzados e golpes de agricultores com varas.

Em Apolo, existe uma zona autorizada de plantação da coca, submetida ao controle das autoridades, para usos lícitos na indústria cultural nacional. No entanto, segundo as autoridades, ainda existem comunidades cujas plantações são destinadas possivelmente à fabricação de cocaína.

Fonte: Opera Mundi