Arábia Saudita insta Israel a aceitar Iniciativa de Paz Árabe
A emissora de rádio oficial de Israel noticiou um “encontro histórico” mantido entre diplomatas sauditas e israelenses em paralelo à Conferência de Política Mundial em Mônaco, entre sexta-feira (13) e domingo (15). O príncipe Turki al-Faisal, ex-ministro da Inteligência e antigo embaixador da Arábia Saudita nos EUA teria instado Israel a aceitar a Iniciativa de Paz Árabe sobre uma solução para o conflito árabe-israelense, apresentada em 2002 pela Liga Árabe.
Publicado 17/12/2013 09:44

Segundo a notícia, o príncipe Al-Faisal teria cumprimentado o ex-embaixador de Israel em Washington, Itamar Rabinovich e o membro do Knesset (Parlamento israelense), Meir Shitrit, mas recusou um convite para se dirigir aos demais parlamentares israelenses naquele âmbito.
O representante saudita afirmou que um discurso no Parlamento israelense seria uma medida fútil enquanto Israel recursar-se a adotar a iniciativa de paz, impulsionada pela Arábia Saudita, no seio da Liga Árabe.
A proposta é centrada principalmente na fórmula “território por paz”, ou seja, a troca de territórios entre palestinos e israelenses, e a retirada israelense dos territórios ocupados desde 1967, na Guerra dos Seis Dias (trechos da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, as Colinas de Golã da Síria, trechos da Península do Sinai egípcia e do sul do Líbano), além do reconhecimento do Estado da Palestina, em troca da normalização das relações entre Israel e 22 países árabes.
Além disso, a proposta também estabelece a retirada para as linhas do armistício de 1949 e o cumprimento do direito de retorno dos refugiados palestinos.
Na conferência em Mônaco, o príncipe Faisal questionou o comprometimento do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com as negociações entre Israel e a Autoridade Palestina, retomadas no fim do julho, mas já estagnadas.
De acordo com um artigo do jornal estadunidense The New York Times, Faisal reclamou dizendo: “Já vimos diversas linhas vermelhas colocadas pelo presidente, que acabaram tornando-se meio rosas com o passar do tempo, e eventualmente ficaram completamente brancas. Quando esse tipo de garantia vem do líder de um país como os EUA, nós esperamos que ele a cumpra.”
Entretanto, o príncipe referia-se também a outra questão controversa à qual a Arábia Saudita está diretamente ligada: a ingerência política e militar no conflito da Síria, com o apoio abrangente (militar, financeiro e político) aos grupos armados que combatem as tropas oficiais do governo de Bashar Al-Assad.
Al-Faisal criticou Obama por não levar adiante a ameaça de intervenção militar contra a Síria, enquanto a maior parte dos líderes mundiais empenha-se agora por uma solução política e dialogada ao assunto, através da Conferência Internacional de Paz de Genebra 2, prevista para janeiro.
Da redação do Vermelho,
Com informações das agências