Pesquisa traça um raio-x da área metropolitana do DF

A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) realizou, em 2013, a Pesquisa Metropolitana por Amostra de Domicílios (PMAD), lançada hoje, em evento no auditório da Universidade dos Correios, com a presença do Governador Agnelo, prefeitos da Área Metropolitana de Brasília (AMB) e outras autoridades dos governos local e do Estado de Goiás. Trata-se da primeira pesquisa a apresentar, de forma ampla, o perfil socioeconômico da população da região.

Pesquisa traça um raio-x da área metropolitana do DF - Reprodução/GDF

Realizada nos munícipios de Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cidade Ocidental, Cristalina, Cocalzinho de Goiás, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás e também nos distritos e núcleos urbanos Jardim Ingá (Luziânia); Campos Lindos (Cristalina); Jardim ABC (Cidade Ocidental); Monte Alto (Padre Bernardo) e Girassol (Cocalzinho de Goiás).

Segundo a pesquisa, a população total dessa região periférica à Brasília é de 1.128.313 habitantes, sendo que a PMAD não pesquisou as áreas rurais (onde residem 56.730 pessoas), pesquisando apenas as áreas urbanas, onde apurou 1.071.583 habitantes (Gráfico 1). Com uma população de 545.218, as mulheres representam 50,88% do total, revelando uma leve predominância de pessoas do sexo feminino. Os homens, que somam 526.365 pessoas, são 49,12%. Dessa forma, a razão de sexo, expressa pelo número de homens para cada 100 mulheres, é de 96,54.

Três municípios se destacam como os de maior população urbana na região, com população entre 150 mil e 200 mil habitantes, sendo o mais populoso Águas Lindas (197.200 habitantes), localizado no limite oeste do DF, e os outros dois Luziânia (177.501 habitantes) e Valparaíso de Goiás (168.961 habitantes), situados no limite sul. Somados, esses municípios compõem 50,73 % da população total da AMB.

Os dados da PMAD permitem observar que a população da AMB é formada majoritariamente por um perfil mais jovem, pois mais de 2/3 de seus moradores (70,64%) estão na faixa etária de até 39 anos de idade. A população idosa, com 60 anos ou mais, representa apenas 8,34% dos habitantes. Com relação à cor ou raça, os resultados indicam que 59,07% da população se declararam pardos/mulatos. Em sequência, declararam-se brancos 31,74 %; pretos, 7,00% e demais, 2,18%.

Segundo a pesquisa, é muito baixo o nível de escolaridade da população metropolitana. A taxa de analfabetismo é alta (5,45%), e somada aos que têm apenas o ensino fundamental incompleto (38,89%), resulta em quase 45% da população total sem sequer o ensino fundamental. Apenas 21,15% possuem o ensino médio completo e 8,04% têm o nível superior, completo ou incompleto. Preocupante também é o fato de haver 28.598 crianças na creche e na pré-escola e 62.910 crianças menores de seis anos fora da escola. Quando se analisa o local de residência correlacionado ao local de estudo, verifica-se que do total de 330.128 estudantes, 30.923, ou 9,36%, estudam no Distrito Federal.

Em todos os municípios da periferia metropolitana de Brasília, prevalece a forte dependência pelos serviços públicos de saúde. Em decorrência do baixo rendimento médio da maioria da população e de uma elevada taxa de informalidade no mercado de trabalho, tão somente 13,25% da população (141.970 pessoas) têm acesso a planos de saúde, empresarial (6,84%) ou individual (6,41%), resultando em que 86,54% não possuem plano de saúde.

Em contrapartida, o acesso aos serviços públicos de saúde é quase universal, alcançando 94,14% da população local, ou seja, apenas 5,85% dos residentes não fazem uso dos serviços públicos de saúde. Do total de usuários, 66,10% utilizam serviços no próprio município enquanto 33,68% dão preferência à utilização dos equipamentos do DF. Uma parcela ínfima (0,27%) utiliza os serviços ofertados em Goiânia, Anápolis ou outros locais.

Os municípios que mais intensamente buscam o serviço público de saúde do DF são o Novo Gama (92,58%); Águas Lindas de Goiás (58,75%); Valparaíso de Goiás (23,09%) e Santo Antônio do Descoberto (21,90%). De uma forma ainda mais intensa, os distritos e aglomerados urbanos buscam os serviços de saúde pública no DF: Monte Alto (94,13%); Jardim ABC (86,77%); Campos Lindos (83,36%); Girassol (61,53%) e Jardim Ingá (36,10%).

Veja a pesquisa, na íntegra, aqui