BA: Seminário reúne quadros intermediários do PCdoB-Salvador
Pela segunda vez, o Comitê Municipal do PCdoB realiza o seminário “Mais Vida Militante pela Base”, desta vez no auditório do Sindicato dos Bancários da Bahia (SBBA), em Salvador. A abertura desse segundo encontro aconteceu na manhã desta sexta-feira (21/2) e contou com a participação dos dirigentes nacionais do Partido, Olival Freire e Júlio Vellozo.
Publicado 21/02/2014 15:53 | Editado 04/03/2020 16:15

O seminário é voltado para os quadros intermediários do PCdoB, entre dirigentes de organismos de base, de comitês distritais e os dirigentes estaduais que moram na capital baiana. Nas discussões de abertura, o foco esteve na necessidade de o partido avançar em três vertentes: na luta de ideias, na ação institucional e nos movimentos sociais.
“O objetivo é responsabilizar os dirigentes com essa nova fase do partido, que defende a centralidade da luta de ideias e o avanço da ação institucional e dos movimentos sociais. São três frentes indissociáveis, com igual importância. Essa chamada foi deliberada pelo 13º Congresso, para a virada que o partido precisa dar nas grandes cidades”, explicou a presidenta do PCdoB-Salvador, Olívia Santana.
Sobre a luta de ideias, Olival Freire acredita que há um novo desafio para os comunistas nessa nova realidade política, em que o partido deixa de ser oposição para ser aliado do projeto iniciado pelo ex-presidente Lula, em 2003. Segundo o dirigente, há uma necessidade de aperfeiçoamento o discurso.
“A fase atual de uma nova vitória, chamada quarta vitória do povo, com a eleição de Dilma [Rousseff], requer luta de ideias, argumentos mais elaborados do que os que nós estávamos acostumados a apresentar, em uma fase mais de resistência. A luta política hoje é mais exigente, pois exige uma articulação maior de ideias”, defende Freire, ao sugerir que as escolas de formação se atenham para isso.
Movimentos x Governo
A participação do PCdoB nas administrações públicas e, ao mesmo tempo, nos movimentos sociais, questão que divide opiniões dentro do próprio quadro partidário, foi trazida por Júlio Vellozo, que é secretário nacional de Movimentos Sociais. Para ele, não há motivos para considerar que uma atuação invalide a outra.
Vellozo recorreu a exemplos do que acontece em outros países da América Latina, em que se observa uma convivência entre forças institucionais e movimentos sociais, como Venezuela e na Bolívia. O partido erra, defende ele, ao rejeitar a atuação simultânea.
“Esse tipo de rejeição é prejudicial a nós. O PCdoB precisa cuidar mais das manifestações de massa, mas o caminho não é diminuir a participação institucional, mas a sinergia. Esse discurso de separação é estranho a nós”, afirma o secretário nacional.
Jornadas de junho
As manifestações que ganharam as ruas do país em junho do ano passado e os desdobramentos delas também fizeram parte das discussões. Júlio Vellozo acredita que essas movimentações precisam despertar um interesse teórico nos comunistas. “Temos que parar para compreendê-los, para dirigir manifestações de massa, pois essa é a nossa missão”, coloca.
A coordenação do evento, durante a manhã, foi do secretário municipal e estadual de Movimentos Sociais, Geraldo Galindo. À tarde, o debate continua com os secretários estaduais Nilton Vasconcelos (SETRE) e Ney Campello (Secopa), ambos dirigentes do PCdoB-Bahia, coordenado pela presidenta Olívia Santana.
De Salvador,
Erikson Walla