Publicado 01/04/2014 11:06 | Editado 04/03/2020 17:06
Não se trata apenas de conhecer o passado, mas de compreender a História contemporânea do Brasil, de entender o presente e de ser capaz de pensar o futuro à luz da Verdade.
Resgatar as verdades ainda desconhecidas ou pouco divulgadas a respeito das violações de direitos humanos praticadas pela ditadura de 1964 é também uma forma de superar os traumas e estigmas de homens e mulheres que sofreram a repressão diretamente em suas vidas ou na de pessoas próximas.
Para seguir adiante, é preciso lembrar a emergência dos trabalhadores, intelectuais e estudantes como atores políticos, protagonistas da inauguração de um novo ciclo político da história brasileira, tão necessário para sustentar a redemocratização.
A política do esquecimento e da impunidade preterida pelo regime ditatorial com a aprovação de uma anistia restrita já não encontra mais espaço no presente democrático. A busca por restabelecer a verdade negada ou não conhecida se torna, assim, uma forma singela, mas significativa, de homenagear todos aqueles que doaram suas vidas à luta pela liberdade em nosso país.
Com a convicção de que a democracia é um processo que precisamos constantemente seguir construindo, a defesa da pluralidade, da legalidade e da liberdade representa de forma marcante o esforço de se contar uma história que ainda está por ser escrita.
Após 50 anos do golpe militar, o Brasil ainda experimenta um notável impulso pela busca da justiça frente às graves violações de direitos humanos cometidas durante o período ditatorial, através da inserção de agentes ativos da construção do sistema de liberdades vigentes em nosso país, como a figura do meu pai, Glênio Sá, guerrilheiro do Araguaia.
Uma luta travada com valentia e persistência pelas vítimas, militantes dos direitos humanos, comunidade intelectual e diversos setores da sociedade civil, para que o exemplo e sacrifício desses heróis brasileiros, decisivos quando se tratou de por fim à ditadura militar que mergulhou nosso país numa longa noite antidemocrática de mais de duas décadas, afirmem sonoramente: ditadura nunca mais!
*Jana Sá é jornalista, secretária estadual de Comunicação do PCdoB/RN