Centrais sindicais realizam grande ato em defesa de mais direitos
A 8ª edição da Marcha da Classe Trabalhadora aconteceu na manhã desta quarta-feira (9) na capital paulista e nas principais cidades do país. O ato contou com ampla representatividade das centrais sindicais, entre elas a CTB. Cerca de 30 mil trabalhadores ocuparam a Praça da Sé e marcharam em direção à Avenida Paulista para o grande ato político em defesa de mais direitos para a classe trabalhadora.
Por Mariana Serafini, do Vermelho
Publicado 09/04/2014 15:24

A principal reivindicação dos sindicalistas é a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Mas há também pautas que dizem respeito a toda a sociedade, como a exigência de transporte público de qualidade a preços justos para o trabalhador e sua família. Os manifestantes pediram ainda a continuidade da valorização do salário mínimo, igualdade de oportunidades e salários para homens e mulheres, o fim da terceirização, 10% do orçamento da União para a saúde e correção da tabela do imposto de renda.
De acordo com o presidente da CTB, Adilson Araújo, a Copa do Mundo vem ao encontro das necessidades da classe trabalhadora que não vai abrir mão deste grande evento esportivo. “Nós temos clareza de que a Copa é um elemento imprescindível, os trabalhadores não vão abrir mão, sobretudo por entenderem que a Copa é um motivador a mais na geração de empregos e investimento em infraestrutura”, afirmou.
Segundo Adilson, os trabalhadores vão aproveitar a movimentação deste ano que recebe o campeonato mundial de futebol e ainda realiza as eleições presidenciais para entregar a pauta da classe trabalhadora aos candidatos à Presidência, inclusive para a presidenta Dilma Rousseff. Desta forma, as centrais sindicais pretendem pressionar o governo a dar prioridade às reivindicações trabalhistas. “O governo só tem a ganhar ao dirigir um olhar especial para a classe trabalhadora porque nós vamos lutar para evitar o retrocesso da tomada de poder pela direita e garantir a quarta vitória do povo brasileiro”.
Adilson denuncia que alguns dos grandes problemas da classe trabalhadora brasileira são a elevada rotatividade da mão de obra, o alto índice de doenças ocupacionais e em consequência o óbito. Neste sentido, uma das reivindicações é a ratificação da Convenção 158, que para ele é a forma mais eficaz de combater a rotatividade.
O líder cetebista também esclarece que os trabalhadores defendem as reformas estruturais democráticas, entre elas a reforma política e a regulamentação dos meios de comunicação. Para ele, a luta da classe trabalhadora está intrinsecamente ligada a essas pautas que dizem respeito a toda a sociedade. “Sem isso nós não vamos conseguir avançar”, pontuou.

A CTB teve destaque entre as centrais sindicais presentes. | Foto: Mariana Serafini
No momento da concentração do ato em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), na Avenida Paulista, o presidente da CTB pediu um minuto de aplausos de todos os manifestantes em homenagem aos trabalhadores que resistiram e lutaram pela democracia durante os 21 anos de ditadura militar. “Temos que ressaltar a importância dos bravos guerrilheiros do Araguaia [refere-se à Guerrilha do Araguaia] e de todos os sindicatos que lutaram muito para que hoje nós estivéssemos aqui fazendo esse grande ato e lutando por mais direitos.”
Marcada por rostos jovens, a marcha mostrou que a juventude trabalhadora está comprometida com a luta por mais direitos trabalhistas e, consequentemente, uma sociedade mais humana e justa. Milhares de jovens levaram empolgação e muita alegria para a manifestação, conscientes da importância da luta de classes para garantir condições mais dignas de trabalho.

A juventude trabalhadora marcou presença na luta pelos direitos trabalhistas. | Foto: Mariana Serafini
Além de São Paulo, o ato aconteceu em diversas cidades em todo o país, mas a capital paulista recebeu representantes de todos os estados brasileiros e o Distrito Federal.