Renan Alencar, presidente da UJS, defende a “quarta vitória popular”

O presidente recém eleito da UJS, Renan Alencar, conversou com a Rádio Vermelho e fez um balanço do 17º congresso da entidade, realizado entre os dias 22 e 25 deste mês em Brasília. O dirigente socialista também falou sobre os desafios para os próximos dois anos, período em que deve estar à frente da organização juvenil, e ressaltou que a grande batalha em 2014 é alcançar a quarta vitória popular com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.

Por Mariana Serafini, para a Rádio Vermelho

renan alencar radio - Divulgação

Ao longo do ano a UJS mobilizou cerca de 500 mil jovens em todos os estados brasileiros, o que resultou no maior congresso da entidade desde sua fundação, há 30 anos. Além dos jovens socialistas brasileiros, o encontro reuniu organizações juvenis da Argentina, Chile, Colômbia, cuba, Paraguai, Uruguai, Venezuela, China, Coreia Popular, França, Moçambique, Palestina, Portugal, Rússia e Vietnã.

Sem dúvidas, um dos pontos altos do Congresso foi a visita de Dilma Rousseff. Renan conta que os jovens se prepararam durante os três dias com oficinas de bandeiras, silk e palavras de ordem para fazer uma grande recepção à presidenta. Pra ele, a participação de Dilma no congresso pode ser explicada em uma palavra: “vibrante”. Além da presidenta, outras autoridades políticas participaram das atividades, entre elas, a deputada federal do Chile, Camila Vallejo, importante liderança estudantil em seu país.

A UJS firmou seu apoio à reeleição da presidenta e o dirigente da entidade afirma que onde existir um jovem socialista ele estará lutando pelos avanços necessários para o povo brasileiro seguir conquistando mais vitórias políticas e sociais. Em contrapartida Dilma se comprometeu em defender as pautas pertinentes à juventude e seguir avançando a passos largos nas políticas públicas de educação, principal bandeira defendida pela UJ. Reforma política e democratização dos meios de comunicação também são prioridades para a próxima gestão.

Um ato político em homenagem à Guerrilha do Araguaia que pediu a revisão da Lei da Anistia com investigação, identificação e punição aos torturadores da ditadura militar, abriu o congresso da entidade. Renan acreditam que os jovens de hoje herdaram a coragem, a personalidade forte e o jeito alegre de levar a vida dos próceres heróis do Araguaia. “Se hoje eles [militantes do Araguaia] fossem jovens, seriam militantes da nossa organização e se nós tivéssemos vivido no período que eles viveram com certeza teríamos feito o que eles fizeram”, afirma.

A bala não é perdida, ela tem alvo

Muitas atividades do congresso foram voltadas ao combate à violência contra a juventude negra. Mesas redondas, debates, shows e outras apresentações culturais colocaram em pauta a questão da violência nas favelas, periferias e bairros pobres Brasil a fora.

Para Renan este é um debate importante que a UJS deve travar diariamente porque quem mais sofre e morre com a violência policial são os jovens negros nas periferias. Ele caracteriza a segurança pública brasileira como “um sistema em colapso” que precisa ser reformulado. “A bala não é perdida, ela tem alvo, mais de 70% dos jovens que morrem no Brasil são negros”, denuncia.

Questionado sobre o desafio de presidir a maior organização politica de juventude do país, Renan cita o poema “A meu Partido”, de Pablo Neruda, cuja última estrofe diz: “Me fizeste indestrutível porque contigo não termino em mim mesmo”. “Com a UJS eu não termino mais em mim, eu sou mais forte”, conclui.

Ouça a entrevista na íntegra na Rádio Vermelho: