Profissionais comunistas da saúde debatem desafios do sistema público
Profissionais de saúde do PCdoB se reuniram nesta sexta-feira e sábado (30 e 31) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para debater os desafios do sistema público. Participaram diversas entidades da sociedade civil organizada, entre elas a CTB, a UBM, a Unegro e o Movimento da Luta pela Terra.
Publicado 03/06/2014 16:24

Estavam representados 13 estados brasileiros com cerca de 80 profissionais das mais diversas áreas de saúde, entre eles médicos, enfermeiros, psicólogos, dentistas, nutricionistas, farmacêuticos e assistentes sociais. A mesa de abertura contou com a participação do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, da deputada federal Jô Moraes e da deputada estadual Sara Munhoz, que também é enfermeira.
A atividade deu continuidade ao debate iniciado no Encontro Nacional de Médicos Comunistas, realizado em janeiro deste ano Comitê Central do PCdoB na capital paulista, quando os médicos debateram os rumos do SUS e os desafios da saúde pública. Desta vez o debate ganhou força com os demais profissionais da área que debateram o documento base intitulado “Unir o povo e impulsionar o governo para avançar o SUS”.
Na ocasião também foi anunciada a Comissão Executiva da Coordenação Nacional de Saúde do PCdoB, cuja coordenadora nacional é a médica Julia Roland. A comissão, bastante representativa, é composta por militantes de várias áreas e estados. Julia Roland de São Paulo, João Ladislau, integrante do Conselho Nacional de Medicina; Ronald Santos, presidente da Federação dos Farmacêuticos do Brasil; Márcio Florentino, professor da UnB e integrante do Conselho Nacional de Saúde; Julieta Palmeira, superintendente da BahiaFarma; Edsaura, professora universitária no estado de Goiás, Nelson Nahom do Rio de Janeiro e Paulo Dantas de Pernambuco.
Julia acredita que o encontro deu passos importantes no sentido de aprofundar o debate em defesa de uma saúde pública de qualidade. Segundo ela, o objetivo da atividade foi centralizar o posicionamento dos profissionais comunistas de saúde no sentido de alinhar o trabalho de cada um rumo a um objetivo final comum.
A médica também defende que o SUS só poderá entrar em uma nova etapa de desenvolvimento com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, a candidata comprometida com os avanços sociais do país. Ela atenta para o fato de o SUS ter sido criado em 1988 e passado boa parte sob a administração de um governo sem comprometimento com os interesses do povo. “Do Lula pra cá [eleições em 2002] se busca criar uma nova situação [para o SUS] que ainda não superou as políticas neoliberais, as forças voltadas ao setor financeiro ainda são poderosas”, disse Julia.
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, fez uma análise da atual conjuntura política do país e reafirmou a necessidade de se manter no rumo do desenvolvimento e dos avanços políticos, sociais e econômicos abertos pelo presidente Lula e que tiveram continuidade com o governo Dilma. Para Renato, uma saúde pública de qualidade está diretamente ligada a um país comprometido com os interesses populares e o desenvolvimento pleno da democracia. Por isso Renato defende as reformas democráticas, entre elas, a política.
A deputada federal Jô Moraes abordou a questão do financiamento para o SUS. O coletivo de profissionais da saúde e entidades, nomeado Saúde Mais 10, defende que 10% das correntes brutas devem ser investidos no sistema público de saúde, enquanto o debate na Câmara de Deputados tende a defender que sejam destinados à saúde 10% das correntes líquidas.
O secretário nacional de Organização do PCdoB, Walter Sorrentino, também participou do primeiro dia de encontro e contribuiu de forma muito rica com o debate ao levantar questões que devem ser prioridades para o SUS.
A partir deste encontro os profissionais comunistas de saúde têm um debate unificado que definiu as prioridades e abre caminhos importantes para aprofundar a discussão em outras áreas. Uma das questões defendidas é o financiamento que deve ser ampliado e destinado todo ao setor público, e não aos convênios privados que prestam serviços.
A atenção básica também deve ser priorizada. Julia acredita que um bom atendimento básico é capaz de resolver a maioria dos casos que buscam a saúde pública. A médica também falou sobre a necessidade de debater a relação dos setores público e privado e ampliar parcerias na área de produtos utilizados pela saúde.
Além de tratar especificamente das questões pertinentes ao SUS, os profissionais da saúde aproveitaram o debate para discutir a implementação de plano de carreira para as categorias. Julia afirmou que novos encontros serão realizados para aprofundar o debate.
Da redação do Vermelho,
Mariana Serafini