Abdel Latiff: Vergonha para a humanidade
Na madrugada dessa quarta-feira (30), Israel cometeu mais um crime: atacou uma escola da ONU, que abrigava 3.300 refugiados do recente massacre israelense. Mais de 15 palestinos foram mortos, a maioria crianças e mulheres. Há 100 feridos e muitos em estado grave.
Por Abdel Latiff*, para o Vermelho
Publicado 31/07/2014 17:22

O porta-voz da ONU declarou que Israel estava ciente de que a escola abrigava apenas civis, refugiados, já que Israel havia sido lembrado disso por 17 vezes, sendo que o último aviso foi feito poucas horas antes do bombardeio.
A escola situa-se no campo de refugiados de Jabalya, o maior campo de refugiados palestinos em Gaza. Há cento e vinte mil refugiados palestinos (de 1948 e 1967) que residem naquele miserável campo, cujo território é de apenas dois quilômetros quadrados.
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Assim como nos massacres anteriores de Israel, o campo está sendo atacado ininterruptamente há vários dias.
Nesta quarta-feira (30) durante a trégua humanitária, centenas de civis palestinos foram chacinados por Israel. O porta-voz da ONU em Gaza, Chris Guness, classificou o ataque à escola como “vergonha para a humanidade”.
São motivo de vergonha para a humanidade não apenas o ataque contra civis palestinos, todos refugiados e indefesos, em uma escola da ONU, como também o Estado agressor Israel e todos os que tentam justificar o injustificável – os massacres de Israel.
Israel não é apenas uma vergonha para a humanidade, mas uma entidade concebida e mantida pelo ódio, desprezo ao ser humano não-judeu (USS Liberty, Líbano, Egito, Síria, Iraque, Tunísia, Jordânia etc). Resta saber por quanto tempo o mundo ainda assistirá passivo a tantos crimes de racismo.
*Abdel Latif é médico palestino residente no Brasil.