Sindicatos espanhóis advertem governo sobre a crise
As maiores centrais sindicais espanholas advertiram, neste sábado (3), que o país está longe de sair da crise, pese a declarações otimistas do Governo às que atribuem fins eleitorais.
Publicado 03/01/2015 15:07

Tanto Comissões Operárias (CCOO) como a União Geral de Trabalhadores (UGT) recusaram afirmações recentes do ministro de Economia, Luis De Guindos, segundo as quais a recuperação é um fato e os espanhóis não têm já medo a perder o emprego.
Na opinião do secretário de Comunicação de CCOO, Fernando Lezcano, De Guindos sabe que suas afirmações fazem parte do guião eleitoral, em um ano de eleições municipais, regionais e gerais.
O ministro, afirmou o sindicalista, deve assumir que o crescimento, a atividade econômica e o emprego são matérias pendentes e não golpear com tanta impunidade a dignidade de milhões de pessoas sem emprego ou no limite da pobreza.
Lezcano disse que as políticas de cortes fizeram colapsar boa parte das economias europeias e de maneira singular a espanhola, com taxas insuportáveis de desemprego, inatividade, desigualdade, exclusão social e pobreza.
De Guindos -acrescentou- deveria sentir bochorno no meio de uma realidade de 5,5 milhões de parados, um crescimento intolerável da desigualdade e 750 mil lares sem rendimento algum.
Coincidentemente o Secretário de Ação Sindical da UGT, Toni Ferrer, considerou que as declarações do ministro de Economia carecem de bases reais.
"A realidade é que estamos em um país com altíssimo volume de parados e onde o emprego gerado é insuficiente, de má qualidade, temporária e a tempo parcial".
Na Espanha, acrescentou, registrou-se uma desvalorização salarial e piora das condições de trabalho fruto de uma reforma trabalhista agressiva com os direitos dos trabalhadores.
Apesar da opinião do ministro, Ferrer recordou que a maioria considera o desemprego o principal problema e tem medo a não encontrar trabalho, como reflete a última pesquisa de opinião do Centro de Investigações Sociológicas, dependente do ministério da Presidência.
"O principal problema da Espanha é que não há emprego suficiente para os que querem trabalhar e o que deveria fazer o Governo é orientar políticas para o investimento, a criação de emprego e estimular o consumo e o investimento com melhores salários", disse.
Fonte: Prensa Latina