Publicado 28/05/2015 09:30 | Editado 04/03/2020 16:25
Esse chavão vem sendo insistentemente propagado aqui por pessoas que buscam derrubar o governo Dilma Rousseff, buscando convencer-se de que o Brasil adota o sistema do governo cubano, para onde deveriam seguir os adeptos dos ideais professados por lá.
Ocorre que em dezembro passado – e para surpresa dos arrivistas tupiniquins – o presidente Obama, sob os auspícios do papa Francisco, resolveu reatar relações diplomáticas e comerciais com o país de Fidel e Raul Castro, já declarando interesse em investir em voos regulares, navegação de passageiros e cabotagem e turismo.
Foi a senha para o Japão enviar a Cuba delegação chefiada pelo ministro das Relações Exteriores Fumio Kishida, buscando investir em indústria automotiva, finanças, turismo, tecnologias de processo e fármacos, enquanto a China incrementará seus atuais investimentos com turismo de negócios, infraestruturas e componentes de alta sofisticação.
A Inglaterra também vai aproveitar a maré de oportunidades, tendo enviado à Cuba qualificada delegação de investidores chefiada pelo Lord Hutton of Fourness, já anunciando a aplicação imediata de U$ 400 milhões em agricultura, energia, turismo e outros projetos.
E para completar o périplo recém-iniciado com a distensão de Obama, o próprio presidente francês Francois Hollande levou grande delegação de empresários à Cuba, com intenção de investir em hotelaria, aeronáutica, supermercados, bebidas e telecomunicações, sem medo de ser feliz.
Primeiro presidente europeu a visitar Cuba desde 1986, Hollande disse na Universidade de Havana, que “estar em Cuba é estar num país que na América Latina representa dignidade e independência”. Ressaltou o forte nível cultural do povo cubano, enquanto seus acompanhantes empresários destacavam “ser importante chegar primeiro” quando se trata de garantir espaços privilegiados para investimentos seguros.
Enquanto isso, o Brasil, parceiro de primeira hora do povo cubano – ajudou a construir o estratégico porto de Mariel por empresas brasileiras, equipamentos fabricados no Brasil e mão de obra nacional – vai ficando afastado do nascente mercado consumidor caribenho, pela intransigência de uma oposição política que não hesita em dificultar o desenvolvimento das relações comerciais entre os dois países.
Está todo o mundo indo pra Cuba, porque não o Brasil?
*Inocêncio Uchôa é juiz do trabalho aposentado e advogado
Fonte: O Povo
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