Autodeterminação e independência de Porto Rico, o lado da razão
Submetido a séculos de dominação, o povo portorriquenho tem o direito inalienável à autodeterminação e à independência, prerrogativa que não pode ser ignorada eternamente, afirmou, nesta terça-feira (23), uma autoridade da ONU.
Publicado 23/06/2015 12:31

O presidente do Comitê de Descolonização das Nações Unidas e embaixador equatoriano nas Nações Unidas, Xavier Lasso, celebrou a aprovação, nesta segunda-feira (22), por consenso, de uma nova resolução que reivindica aos Estados Unidos permitir aos portorriquenhos exercerem esse direito.
A votação foi efetuada ao retomar-se as sessões do órgão de 29 membros fundado em 1961.
Apresentada por Cuba, com o copatrocínio da Bolívia, Equador, Nicarágua, Rússia, Síria e Venezuela, a iniciativa converteu-se na trigésimo quarta sobre a questão de Porto Rico, nação que nos últimos 117 anos tem sido administrada pela potência nortenha.
O documento reitera o caráter latino-americano e caribenho da ilha, "que tem sua própria e inconfundível identidade nacional".
“Assim deve ser visto e aceito, a história sempre tem a razão”, destacou Lasso.
De acordo com o diplomata, as potências administradoras devem reconhecer que o colonialismo é uma marca, um obstáculo para o avanço dos povos e sua vida com dignidade, educação e satisfação das necessidades básicas.
"Por isso não renunciaremos em nossos esforços, e faremos o que temos que fazer, golpear a porta uma e outra vez a partir do Comitê, até que por cansaço nos escutem", sublinhou.
Lasso comentou que o foro ouviu depoimentos dramáticos, os quais ilustram o destino de uma ilha que alguma vez foi exibida como a pequena joia.
“Porto Rico está em crise há anos, uma crise real da qual não encontra saída porque o colonialismo não dá saída aos povos”, advertiu.
O Comitê de Descolonização dirigido pelo embaixador equatoriano prosseguirá com a análise da situação do Saara Ocidental, Tokelau, Bermuda, Ilhas Cayman e Ilhas Turcas e Caicos, alguns dos 17 territórios que não se autogovernam e estão incluídos na sua agenda de discussões.