Americanos perderam os rebeldes "moderados" que treinaram na Síria

De forma constrangida, o porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Peter Cook, foi obrigado a revelar que seu país não sabe onde estão os “rebeldes” sírios treinados para derrubar o governo legítimo da Síria e também lutar contra o Estado Islâmico.

Síria terrorismo

O funcionário norte-americano revelou a informação na terça-feira (8), em um briefing para a imprensa, dizendo-se preocupado “sobre a localização de todos estes indivíduos, todos estes estagiários”.

“Não posso especificar onde cada um deles se encontra após ter deixado este pódio”, acrescentou. Questionado se o Departamento de Defesa temia que esses “estagiários” se juntassem aos terroristas no fim do treinamento, respondeu constrangido que sim.

O programa dos EUA foi desenhado para treinar 5.400 “rebeldes sírios moderados” para combater o Estado islâmico. Porém, treinou somente 54 “moderados”, segundo revelam as estatísticas do Departamento de Defesa.

Pelos dados fornecidos pela espionagem norte-americana, uma dezena deles foi capturada e posteriormente libertada pela Frente al-Nusra em julho, enquanto outros foram listados como mortos ou desaparecidos.

Os EUA revelam, mais uma vez, que apoiam terroristas com ajuda financeira e fornecimentos de armas leves. Além disso, os EUA lideram uma coalizão de 62 nações que supostamente fazem ataques aéreos contra as posições do Estado Islâmico na Síria desde setembro de 2014.

No início deste mês, o The Daily Beast escreveu que David Petraeus, o influente ex-chefe da CIA e ex-comandante das forças estadunidenses no Iraque e Afeganistão, propôs cooperar com a Frente al-Nusra, ligada ao antigo inimigo dos EUA, a al-Qaida, para derrubar o grupo terrorista Estado Islâmico.

A guerra civil na Síria se estende desde 2011 e já causou a morte de mais de 230 mil pessoas, segundo dados da ONU. O governo sírio luta contra vários grupos rebeldes e organizações militares, incluindo a Frente al-Nusra e o grupo terrorista Estado Islâmico. No entanto, o Ocidente quer derrubar o presidente da Síria, Bashar al-Assad, e nem pensa em tratá-lo como um aliado na luta contra o grupo terrorista.

O grupo terrorista Estado Islâmico, anteriormente designado por Estado Islâmico do Iraque e do Levante, foi criado e, inicialmente, operava principalmente na Síria, onde seus militantes lutaram contra as forças do governo. Posteriormente lançou um ataque maciço em províncias do norte e noroeste do Iraque e ocupou um vasto território. No final de junho de 2014, o grupo anunciou a criação de um “califado islâmico” nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.