Centrais sindicais promovem ato contra desmonte das estatais 

Sindicalistas e funcionários de empresas estatais promovem, nesta quarta-feira (3), em Brasília e outras capitais do país, o Dia Nacional de Luta em defesa das Empresas Públicas. O objetivo é barrar a votação no Senado do projeto que coloca em risco as empresas públicas brasileiras com ameaça de privatização.

Centrais sindicais promovem ato contra desmonte das estatais - CUT-PR

Maria Rita Serrano, coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, disse à Agência Sindical que a mobilização é nacional, com presença de várias categorias. “O objetivo é alertar sobre as consequências do projeto, que foi produzido em três meses e já está em caráter de urgência no Senado. Vamos tentar adiar a votação, a fim de ampliar o debate”, conta.

Conhecido como Estatuto das Estatais, o texto está na pauta do Congresso e só não foi votado em 2015 por causa da pressão feita pelos trabalhadores. Com a justificativa de garantir a "transparência" nas estatais, a proposta é na realidade uma "bomba privatista" e representa uma grave ameaça contra o patrimônio do povo brasileiro. O projeto apresenta, em seu texto, medidas que podem diminuir o papel do Estado na gestão das empresas públicas federais, estaduais e municipais.

Risco de privatização

Os trabalhadores repudiam a proposta, que visa colocar importantes empresas como a Caixa Econômica Federal, os Correios, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Eletrobras sob a ótica do mercado e do setor privado. E alertam para o risco da privatização, que prejudicaria a atuação social dessas grandes empresas no desenvolvimento de políticas públicas que contribuem para o crescimento econômico e social do Brasil.

A defesa da Caixa como banco 100% público é fundamental para garantir a implementação de importantes políticas sociais no Brasil, dizem os manifestantes. De acordo com balanços do banco, a carteira de crédito passou de R$ 80,1 bi para R$ 494,2 bi de 2008 a 2013, um aumento de 517%.

Eles destacam ainda os programas de transferência de renda, que distribuíram cerca de R$ 26,5 bilhões em 2013, totalizando 181,2 milhões de benefícios pagos. Já o Minha Casa Minha Vida, apenas em 2013, destinou R$ 49 bilhões para a construção de 692,9 mil unidades habitacionais voltadas principalmente para a população de baixa renda.