Natal: 52 anos após o golpe de 64, 40 mil vão às ruas pela Democracia
Com a marca da diversificada expressão crítica do povo brasileiro, mais de 40 mil pessoas fizeram ecoar nas ruas de Natal o uníssono grito de Não Vai Ter Golpe. O ato convocado pela Frente Brasil Popular em defesa da Democracia e contra o golpe foi a maior manifestação de rua da capital do estado do Rio Grande do Norte. O evento teve concentração no cruzamento das Avenidas Salgado Filho e Bernardo Vieira, e saiu em caminhada por 3 km até a Praça da Árvore de Mirassol.
Publicado 01/04/2016 07:45 | Editado 04/03/2020 17:06

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A grande mídia, especialmente a rede Globo, foi uma vez mais rechaçada aos motes de “O Povo não é bobo, abaixo a rede Globo” e “A Verdade é dura, a rede Globo apoiou a ditadura”, e acusada de alardear a falsa análise de que a deposição da presidenta Dilma, via um golpe de Estado, reconduziria o país à normalidade e à retomada do crescimento econômico.
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O coordenador geral do SINDIPETRO-RN, José Araújo, fez questão de lembrar que a Petrobrás, vem sendo um dos instrumentos utilizados pelos golpistas para fazer duros ataques ao governo Dilma, e diminuir a força popular. “Lutar pela democracia é, também, lutar em defesa da Petrobrás e das regiões produtoras que estão sendo entregues ao capital privado e vão deixar vários trabalhadores da Estatal e as regiões que englobam a cadeia produtiva sem nenhum amparo”.
A senadora Fátima Bezerra (PT) afirmou que a manifestação foi uma “demonstração de força dos setores progressistas da sociedade, que não vão assistir de braços cruzados o golpe planejado pela oposição, com o respaldo de setores da mídia”.
Já o deputado estadual Fernando Mineiro (PT) destacou as “muitas cores” que tomaram as ruas da cidade em defesa da democracia. Depois de citar, em tom emocionado, os nomes de vários desaparecidos políticos durante o regime militar no RN, ele enfatizou a importância do engajamento dos mais diversos setores sociais na luta contra o golpe em curso no país.
Para o vereador George Câmara (PCdoB), depois desta quinta-feira, quando as ruas foram tomadas voluntariamente pelas mais diversas representações da militância de esquerda, “ficou muito claro que não vamos aceitar o golpe que está sendo arquitetado pelos mesmos segmentos políticos, empresariais e midiáticos que deram respaldo à ruptura democrática de 1964”.
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O movimento aconteceu em clima tranquilo, e não foram registrados incidentes. Ao longo da gigante onda vermelha que cobriu a cidade de Natal, a cena mais comum foi composta de acenos e manifestações de apoio por um número grande de pessoas que acompanharam a caminhada de seus locais de trabalho, apartamentos, automóveis, ônibus e paradas do transporte coletivo.
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