Unasul pede à oposição para voltar a dialogar com o governo de Maduro
A Unasul (União das Nações Sul-Americanas) tenta acalmar os ânimos para amenizar a crise política na Venezuela. Nesta terça-feira (7) o organismo pediu à oposição para voltar a dialogar com o governo de Nicolás Maduro a fim de alcançar uma solução para o período de instabilidade.
Publicado 08/06/2016 16:32

Segundo um comunicado oficial da Unasul, os líderes da oposição, integrantes da MUD, coalizão de partidos de direita, não participaram de um encontro que estava agendado para esta terça-feira (7) e pediram para que a reunião fosse adiada.
Em nota, o organismo pede à oposição para se reincorporar ao diálogo “o mais rápido possível” para dar continuidade ao caminho que permitirá “reafirmar a paz, a convivência e o diálogo como mecanismos de entendimento entre os venezuelanos”.
A Unasul realiza desde o fim de maio, na República Dominicana, reuniões em separado com membros do governo e da oposição em busca de um acordo entre as partes. Os diálogos são mediados por José Luis Rodríguez Zapatero, ex-presidente do governo da Espanha, Leonel Fernández, ex-presidente da República Dominicana, e Martín Torrijos, ex-presidente do Panamá.
Maduro se encontra em meio a uma ofensiva da oposição venezuelana e de alguns atores internacionais para que realize o referendo revogatório de seu mandato ainda este ano. Na votação, um dispositivo constitucional venezuelano, a população decidiria se ele continua ou não como presidente do país.
A previsão, por parte da oposição dentro e fora da Venezuela, é de que Maduro sairia derrotado. Neste caso, se o referendo for realizado ainda este ano, novas eleições serão convocadas; caso o referendo seja realizado no ano que vem, o vice-presidente, Aristóbulo Istúriz Almeida, do PSUV, mesmo partido de Maduro, assumiria – o que a oposição quer evitar que aconteça.
No comunicado, a Unasul afirma que existe vontade do governo de Maduro de seguir com as negociações e reafirma o desejo da entidade e dos mediadores de “apoiar a Venezuela para gerar as condições que permitam chegar a um diálogo nacional”.
No dia 1º deste mês, o Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) aprovou, por consenso, um documento de apoio ao processo de diálogo na Venezuela encabeçado pela Unasul, um dia após a decisão do secretário-geral do organismo, Luis Almagro, de invocar a Carta Democrática para o país.