Notícia da demissão de Geddel chega durante manifestação em Salvador

A notícia da demissão do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, chegou durante uma manifestação em Salvador, na manhã desta sexta-feira (25/11), que pedia, dentre outras coisas, a saída e a prisão do ministro, acusado de usar o cargo para promover tráfico de influência. Com a novidade, a caminhada adotou, em um determinado ponto do percurso, um tom também de comemoração pela queda de Geddel.

A manifestação partiu da Reitoria da UFBA, no Canela, e terminou no Comércio, em frente à Previdência Social e ao Banco do Brasil, como forma de também protestar contra a reforma previdenciária e contra os cortes de funcionários do banco. Integraram a mobilização entidades do movimento social e sindical, além de partidos de esquerda, como o PCdoB.

O presidente estadual do PCdoB, Davidson Magalhães, participou do ato e comentou a demissão de Geddel, que, para ele, aconteceu tarde. “[A saída] Só veio à tona depois da declaração sobre a possibilidade de existirem fitas gravadas. É uma demonstração de que esse governo é imoral. Tomou o poder ilegitimamente e está aí só para prestar um serviço ao capital internacional”, avaliou.

Davidson ainda criticou o menosprezo que, inicialmente Temer e Geddel deram à denúncia de que o ministro estaria usando o cargo para liberar a obra embargada de um empreendimento imobiliário na capital baiana, onde comprou um apartamento. “Esse grupo, cada vez mais, vem se caracterizar como um grupo de interesses fisiológicos, que faz da política um meio de benefício pessoal”.

As manifestações em Salvador vão continuar à tarde, com um protesto em frente ao empreendimento, chamado La Vue, na Ladeira da Barra.

De Salvador,
Erikson Walla