Chefe da constituinte repudia ações violentas da oposição venezuelana
Jorge Rodríguez, chefe de campanha da Assembleia Constituinte, afirmou neste sábado (29) que os organizadores do pleito irão garantir o direito ao voto dos venezuelanos, embora a oposição esteja tentando impedir a realização da eleição deste domingo (30) que irá escolher os 545 deputados constituintes.
Publicado 30/07/2017 15:07

“Não vamos permitir que focos de violência afetem o direito de se expressar por meio do voto”, disse Rodríguez durante uma entrevista à imprensa. Segundo ele, a paz “vai se impor pela via do voto e da democracia”.
“Convocamos todos os venezuelanos e venezuelanas a se mobilizar para votar, a dar uma oportunidade à paz, a dizer com força que não queremos mais violência e não queremos mais ódio”, afirmou.
O político venezuelano, membro do governista PSUV, disse que o governo de Nicolás Maduro está pronto para “aprofundar um diálogo de paz” com a oposição. “Estamos prontos no momento e na hora em que se determine para aprofundar um diálogo de paz com resultados concretos e imediatos”, disse Rodríguez, que condenou os chamados da oposição a impedir o direito ao voto dos venezuelanos que queiram participar da eleição da Assembleia Nacional Constituinte – o voto é facultativo na Venezuela.
Ele também rechaçou a declaração do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, de que não reconhecerá os resultados da eleição deste domingo na Venezuela. Os venezuelanos “temos os mecanismos para resolver nossos assuntos entre nós mesmos”, afirmou. “Isso [a fala de Santos] é se meter nos assuntos dos venezuelanos e nós não nos metemos nos assuntos dos outros, porque não gostamos que se metam nos nossos”, acrescentou.
Parlamentares opositores pedem que países não reconheçam Constituinte
O Parlamento venezuelano, de maioria opositora, pediu à comunidade internacional que não reconheça o resultado da eleição da Assembleia Constituinte, que acontece neste domingo (30).
O presidente da Comissão de Política Exterior da Assembleia Nacional (AN), Luis Florido, informou neste sábado (29) sobre um comunicado formal que foi enviado “a todas as Chancelarias do mundo” com tal solicitação, segundo uma nota do político opositor e dirigente do partido Vontade Popular (VP).
Este documento pede aos governos que, caso seja instalada a Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro, “tomem ações em apoio ao povo venezuelano”.
“Chegou a hora de a comunidade internacional dar seu apoio decidido, sincero, franco para que este processo não possa se concretizar”, disse Florido, que afirma que a mudança de Constituição tem “a rejeição de 90% do povo da Venezuela”.
O opositor também afirmou que os governos de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru pediram formalmente a suspensão da Constituinte e que seja estabelecido um processo de negociação política para solucionar a crise.