Destino de cilindros com gases tóxicos encontrados em Santos é incerto
Mais de um mês após a descoberta de 115 cilindros com gases tóxicos armazenados no porto de Santos há vinte anos o impasse sobre seu destino permanece. A solução para o problema é a queima dos gases, mas como o risco de explosão é grande, a Codesp, responsável pela administração do Porto, ainda não chegou a uma solução sobre o local da queima.
Publicado 02/08/2017 14:42 | Editado 04/03/2020 17:15

Num primeiro momento, a Codesp queria queimar os gases na base aérea de Santos, instalada no distrito guarujaense de Vicente de Carvalho, decisão com a qual a prefeitura não concorda (veja em: http://www.vermelho.org.br/noticia/298592-1). Outras opções estão sendo estudadas, como em alto mar, por exemplo.
Sidnei Aranha, secretário municipal de Meio Ambiente e presidente do Condema/Guarujá, reitera que a municipalidade é contrária à medida, “estamos cientes do problema e queremos discutir a questão, porém, manter o Guarujá como opção para a queima dos gases tóxicos é um equívoco tendo em vista que a autoridade máxima ambiental da Cidade, o Conselho de Defesa do Meio Ambiente, já recusou essa alternativa; vamos mobilizar a sociedade e, se necessário, acionar o Poder Judiciário”.
Nesta quarta-feira (02/08), a Codesp foi multada pela Cetesb em R$ 500 mil devido ao vazamento de fosfina de um dos cilindros que estava sendo transferido para outro armazém. É a segunda multa. No dia 20/07, ela foi multada em R$ 50 mil pelo armazenamento irregular dos cilindros, que a empresa não sabe a quem pertencem.
Vanderlei Feliciano, conselheiro do Condema/Guarujá, destacado para acompanhar as reuniões que discutem a questão, aponta um problema grave no uso da base aérea. O risco de explosão é alto e se ocorrer pode atingir um raio de quase 10 km, pondo em risco as populações do Guarujá, Santos e São Vicente. Os cilindros contêm seis tipos de gases, inflamáveis, instáveis e com propriedades tóxicas e corrosivas: fosfina, cloreto de hidrogênio, cilano, diazometano, diborano e trifluoreto de boro.
O Conselho Municipal da Juventude, do Guarujá, soltou uma nota repudiando a intenção de queimar os produtos no Guarujá, por entender que isso desrespeita a decisão do poder público municipal, do Condema e da agenda 21. Os jovens conclamam os demais conselhos e a sociedade a se manifestarem contra a queima na cidade.