Pernambuco reúne centenas de manifestantes em protesto contra reforma
Cerca de 50 mil pessoas, segundo os organizadores, participaram do protesto contra a reforma da Pevidência e os cortes de verbas para a educação pelo governo Bolsonaro na tarde/noite desta sexta-feira (14), no Recife. Convocada pelas centrais sindicais a manifestação reuniu entidades estudantis, professores, movimentos sociais e partidos políticos, como o PCdoB, entre outros segmentos da sociedade civil.
Publicado 14/06/2019 22:50 | Editado 04/03/2020 16:55

A mobilização, que começou por volta das 14h40 e se estendeu até às 19h, marcou o dia de Greve Geral, com paralisações de trabalhadores em todo o país.
Além do ato político e caminhada pelas ruas centrais da cidade, perfazendo mais de dois quilômetros entre a Avenida Guararapes e a Praça do Derby, o protesto incluiu o bloqueio de rodovias, pela manhã, suspensão de aulas e paralisação dos serviços de transporte rodoviário e ferroviário (metrô). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram registrados bloqueios em vários trechos de rodovias, do Grande Recife ao Sertão.
O expediente administrativo e acadêmico foram suspensos para alunos e servidores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE); da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e da Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire).
Reforma nefasta
Segundo o presidente da Central Única de Trabalhadores, Chico Carlos, a pauta principal da mobilização é a reforma da Previdência. “A reforma é norteadora do ato, porque é nefasta. As outras pautas vêm como complemento", disse.
Segundo o sindicalista, pesquisas apontam que os trabalhadores ficam apenas seis meses por ano com carteira assinada. "Se ele começa a contribuir aos 20 anos, aos 60, mesmo tendo trabalhado 40 anos, deve trabalhar mais 20. Por isso, dizemos que é para morrer trabalhando”, explicou.
Para o dirigente da Intersindical, Leandro Recife, mesmo com as mudanças propostas pelo relator da reforma na Câmara dos Deputados a proposta ainda é rejeitada pelos trabalhadores.
As propostas apresentadas nesta quinta-feira (13) pelo relator da reforma na Câmara dos Deputados, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), preveem economia menor do que a desejada pelo governo, retirando alguns dos principais pontos do texto entregue pelo Executivo. Entre elas, estão alterações na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC). Também ficaram de fora do relatório o regime de capitalização proposto pelo governo, além da Previdência dos estados e os municípios.
Do Recife, Audicéa Rodrigues, com informações da imprensa local.