Protestos estudantis “em defesa do Brasil e da educação”

Hoje, dia 6,  por iniciativa da União Nacional dos Estudantes – UNE irão se realizar protestos, manifestações e ocupações com […]

Hoje, dia 6,  por iniciativa da União Nacional dos Estudantes – UNE irão se realizar protestos, manifestações e ocupações com o objetivo de pressionar o governo federal a atender a pauta de reivindicações dos estudantes cujo eixo é o fortalecimento da universidade pública. Além disso, os protestos da UNE são direcionados contra a política de juros altos e de superávit primário que ela aponta como entraves ao desenvolvimento acelerado do país e que golpeiam os direitos elementares do povo, entre eles, principalmente, a educação e a saúde.



Esse “Dia Nacional de mobilização nas Universidades Públicas”, segundo o presidente da UNE, Gustavo  Petta, tem ainda o objetivo de apoiar as diversas manifestações que já  vem ocorrendo pelo país, principalmente no estado de  São Paulo, onde protestos já ganham corpo no interior com greves de estudantes e professores na USP, Unesp e Unicamp.
 


No Manifesto “em defesa da educação e do Brasil” lançado pela UNE, os estudantes  argumentam, com razão, que no momento em que a Universidade brasileira precisa adentra-se a um ciclo quantitativo e qualitativo de expansão ela se vê golpeada pelo contingenciamento de verbas.


 


A UNE luta por um investimento de 7% do PIB destinado à educação, bandeira que no momento se materializa na derrubada dos vetos ao Plano Nacional de Educação. A entidade está convicta de que somente com a “ampliação dos investimentos é possível discutir com conseqüência a necessária expansão da Universidade Pública assegurando a qualidade de ensino, pesquisa e extensão…”  



Hoje é precário o apoio ao estudante, razão pela qual a UNE luta pela criação de um Plano Nacional de Assistência Estudantil  “que contemple a necessidade de criação e ampliação de creches, Restaurantes Universitários, moradia estudantil, financiamento para o transporte, bolsas de auxílio aos estudantes carentes.” 
 


Tendo em vista garantir que a expansão da Universidade se realize com a necessária qualidade reafirmam a defesa da “autonomia administrativa e de gestão financeira para as Universidades.” Consideram imperativa a urgente “contratação de mais professores e técnico-administrativos, através de concurso público”. Finalmente, não abrem mão da democracia na Universidade.


 


É importante essa ação da UNE. A expansão da Universidade sem o prejuízo da qualidade é indispensável como alicerce de um país que pretende um duradouro e soberano ciclo de desenvolvimento. Por outro lado, o aumento de vagas nas universidades públicas é um débito que precisa ser resgatado. Anualmente, milhares de jovens têm sua entrada barrada na universidade pública pelo número restrito de vagas.



A “educação massiva de qualidade” é um dos principais compromissos da reeleição do presidente Lula. Passos nessa direção têm sido dados pelo Ministério da Educação. Contudo, o passivo para com o povo nessa esfera é antigo e muito grande.


 


 A pressão, o grito– a rebeldia dos estudantes é necessária e bem-vinda. A UNE  e a juventude estudantil, nesta data,  expressam a indignação de nosso povo contra uma desastrada política macroeconômica que condena nosso país ao vexame de ser o campeão no torneio mundial dos juros altos. Sabem muito bem os estudantes o que isso significa: fabulosos ganhos para os banqueiros à custa de um desenvolvimento contido e de infortúnios ao nosso povo.