Che: símbolo de união da juventude Latino-americana

Nesta época em que os meios de comunicação de massa, setores da academia e os pensadores liberais apregoam a divisão da sociedade, a falência da luta de classes e a segmentação das culturas, um símbolo de união que a juventude carrega incomoda esta elite.

O discurso pós-modernista da elite que visa atingir a juventude dividindo e fragmentando sua ação não resistem a um olhar mais próximo que faz perceber a figura estampada nas camisas, tatuagens, bandeiras, nas letras de música, nos graffitis de rua e em toda parte por onde a juventude está.



No intuito de descaracterizar esta ação consciente a elite diz que a figura do guerrilheiro heróico é tratada como mera mercadoria de prateleira, chegando ao cúmulo de darem outra conotação histórica aos fatos como tentou uma revistinha de merda chamada “Veja”.



Esqueceram que a juventude que traz consigo este símbolo conhece muito bem esta história e os boatos da “Veja” só serviram pra isolar mais ainda esta revistinha do grande público.



Fico pensando comigo como se sente esta elite quando vê nas arquibancadas dos estádios de futebol pela América Latina os bandeirões que as torcidas carregam estampadas com o rosto de Che Guevara. E nos painéis de fundo dos grandes shows das bandas de rock, rardcore, rap e outros estilos a mesma face estampada. Durante as letras das músicas menções a história do guerrilheiro. Andando pelas ruas painéis de graffitis gigantescos com o rosto e frases de Che desde as grandes avenidas do centro as vielas nos bairros das periferias.



Todos sabemos que a estampa na camisa de um jovem representa o que este defende como idéia, e não existe fenômeno maior do que a face do guerrilheiro.



Vem-me a memória vários shows de Rap dentre os quais os do GOG e do Face da Morte que tem nas suas letras fortes conteúdos políticos, onde o público as vezes cinco outras de dez mil pessoas traziam consigo bandeiras do Che e durante todo show cantavam com elas erguidas nos braços já que não podiam entrar com mastros no evento.



E aí me vem à elite e a mídia dizer que esta ação não é consciente?
Inconsciente foi à elite que ao matar Che não percebeu que acabava de imortalizar sua vida e as causas que sempre defendeu.



Trazer a face do Che consigo é uma prova de que a juventude não aceita esta sociedade desigual e excludente. É uma prova de que a juventude quer mudanças, e uma prova de que a juventude esta disposta a lutar pelo novo.



Nesta semana em que lembramos os 40 anos do assassinato do heróico guerrilheiro, vi milhares de jovens ostentando este símbolo da rebeldia numa manifestação direta à memória de Che.



Como sempre estou circulando por vários meios, fui conferir o que mais estes jovens pensavam sobre o Che além de saber que o 9 de outubro é a sua data. Ouvi de todos estes que Che lutava contra o capitalismo e contra os Estados Unidos (em alusão direta ao Imperialismo).



E uma situação engraçada aconteceu enquanto eu olhava revistas numa banca de jornal quando um jovem aparentemente da classe média me perguntou o por que tinha aquela tatuagem no ombro com o rosto de Che Guevara.



Percebi que a curiosidade dele era a mesma que a minha quando sai fazendo minha enquête com os jovens, então respondi:
“Se você treme de indignação diante das injustiças cometidas contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, então somos companheiros”. (Che)



Ele correspondeu dizendo: “Hasta la victoria, siempre”.



Isto foi na terça feira dia 9 de outubro de 2007 mais ou menos ao meio dia na banca de jornal da Praça do Carmo em Santo André, e com certeza outros milhões de jovens pela América Latina estavam lembrando a memória do guerrilheiro heróico.



Fica comprovada a fala de Che: “A elite pode derrubar uma, duas ou mais rosas, mas nunca deterão a primavera”.

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