PC do Uruguai faz 87 anos debatendo o futuro

O PCdoB esteve representado pelo seu secretário de Relações Internacionais, José Reinaldo Carvalho. Para ele, “foi um evento de grande importância porque permitiu o encontro de partidos comunistas latino-americanos que devem estar empenhados em influir no aprofundamento dos processos democráticos e antiimperialistas na região”.

O foco central da discussão foi, de fato, a luta contra as ações norte-americanas na América Latina. Ali, os dirigentes puderam debater a realidade continental e mundial, o papel do imperialismo e as diversas formas de resistência que os povos e os governos têm usado para enfrentar a política genocida do governo dos Estados Unidos.

No bojo das comemorações pelos 90 anos da Revolução Russa e após 16 anos da queda da União Soviética, “os problemas da humanidade não se solucionaram, muito pelo contrário. O desenvolvimento desenfreado do capitalismo em sua fase imperialista põe em risco a sobrevivência da humanidade como espécie, através da guerra, da espoliação econômica e da destruição do meio ambiente”, diz texto emitido após o encontro.

Por outro lado, os debatedores ressaltaram também a nova época vivida pela América Latina, com a organização dos povos que, em alguns casos, tem levado a processos avançados de profundo conteúdo democrático. Conforme o texto, “é necessário desenvolver ações que permitam o relacionamento entre os países latino-americanos sob novas condições que permitam fortalecer os  espaços de autonomia frente à hegemonia imperialista”.

O encontro concluiu, entre outros pontos, ser necessário apoiar incondicionalmente a Revolução Cubana e condenar, mais uma vez, o bloqueio criminal dos Estados Unidos. Pediu-se, ainda, a libertação dos cinco patriotas cubanos injustamente presos pelo governo norte-americano por lutas contra o terrorismo e refutou-se a política militarista do presidente Álvaro Uribe apoiada e financiada pelo imperialismo estadunidense.

O encontro resultou ainda no apoio ao ingresso da Venezuela no Mercosul, na saudação ao triunfo, nas últimas eleições para a Assembléia Constituinte, das forças que apóiam o presidente Rafael Correa no Equador e aos esforços do PCA nas eleições argentinas. A mensagem rechaça ainda os ataques da direita representante das oligarquias contra o governo de Lula e de Tabaré Vázquez, no Uruguai, bem como contra as ameaças golpistas que tentam desestabilizar o governo de Evo Morales, na Bolívia. Por fim, os partidos se comprometeram a intensificar o intercâmbio entre eles e fortalecer experiências da esquerda, como o Fórum de São Paulo.