As endorfinas das cavalgadas são tudo de bom e muito mais

Ainda recebo e-mails de pessoas que leram ''Taj Mahal, meu mangalarga marchador'', no qual escrevi que ''cavalgar, ou qualquer nome que se dê, é, ao mesmo tempo, uma técnica educativa e terapêutica, que trabalha simultaneamente aspectos físicos, sociais,

Cavalgar é um esporte que, além dos benefícios físicos e emocionais, proporciona inegável sociabilidade. Naturalmente a gente vai se achegando de outras pessoas que curtem cavalos e cavalgar; que sentem prazer em jogar conversa fora e fazem seu próprio tempo num ''converseiro'' sem fim. Pra quem veio da roça, é como se a gente saísse da roça e ela não saísse da gente… O cavalo encerra o mais belo da matutice.


 


 


Muita gente se espanta quando digo que cavalgo e amo cavalos. Outras ficam curiosas. A maioria fica embevecida quando falo dos efeitos funcionais do passo do cavalo sobre o peristaltismo, a circulação e a respiração; os efeitos sociomotores e terapêuticos neuromotores, sensomotores e psicomotores decorrentes do cavalgar, graças ao passo tridimensional do cavalo, que nos obriga a movimentos de sincronia perfeita de todo o corpo, pois a marcha do cavalo apresenta 90% de similaridade com o andar do ser humano.


 


 


Uma hora de cavalgada queima cerca de 400 calorias. Em meia hora de cavalgada, o nosso corpo realiza de 1.800 a 2.200 deslocamentos – movimentos tridimensionais (horizontais: direita, esquerda; frente, atrás; e verticais: para cima e para baixo) que incidem no sistema nervoso profundo, reforçando as noções de equilíbrio, distância e lateralidade. Cavalgar é um esporte de baixo impacto nas articulações e na coluna; fortalece o tônus muscular; beneficia a postura e a coordenação motora; e combate o estresse. Sinto-me outra após uma cavalgada, pois relaxo a um ponto que a sensação de lassidão se prolonga por horas e horas.


 


 


Contam que eu era uma criança chorona, mas bastava dar umas voltinhas na ''lua da sela'' com o pai velho ou o seu vaqueiro, o Dé, que pegava logo no sono. Era um santo remédio. Deve ser verdade porque posso chegar ao haras da Fazenda Bella Vista – onde cavalgo e mora o meu cavalo Taj Mahal – aos pandarecos que o cansaço vai pelos ares. É um haras que hospeda cavalos e possui muitos mangalarga adestrados, mansinhos, mansinhos e os aluga para quem deseja incursionar pelo mundo apaixonante e prazeroso das cavalgadas. Fica num cenário paradisíaco, logo ali no sopé da serra da Moeda, atrás do Retiro do Chalé, cerca de 25 quilômetros de Beagá.


 


 


Ao cavalgar, sinto-me invadida por um mar de endorfinas – substâncias fabricadas na hipófise que produzem euforia, relax, bem-estar e prazer; melhoram a memória, o humor e o sistema imunológico; aumentam a resistência, a disposição física e mental; amenizam dores; e possuem efeito antienvelhecimento, pois removem superóxidos. Inundada por endorfinas, o cheiro de terra e de mato e as companhias completam a festa.


 


 


Outra coisa indescritível é a redescoberta do prazer de gargalhar por qualquer coisa, de causos bobos e até mesmo da gente quando estamos cavalgando. Tudo é motivo para rir. Há unanimidade entre estudiosos que cavalgar produz sensação de independência, aumento da autoconfiança, do autocontrole e da autoestima. É que em cima de um cavalo a sensação de liberdade é ilimitada. Eu acho que fiquei mais ''impossível'' depois que voltei a cavalgar…

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