Novos tempos
O Brasil encontra-se definitivamente em uma fase de grande astral, pelo menos no que diz respeito à perspectiva do desenvolvimento econômico. Não resta a menor dúvida que a imensa crise econômica que se abateu sobre todas as nações chegou ao País em escala bem inferior àquela das nações do primeiro mundo.
Publicado 17/09/2009 17:10
Se os seus efeitos por aqui não foram exatamente os de uma marola também não chegaram a ser os de um tsunami, e o que é mais importante, eles vão se dissipando com certa rapidez deixando um saldo positivo no contexto econômico e financeiro.
Porque a ressaca que ela deixou nas nações economicamente mais poderosas foi considerável, possibilitando ao Brasil uma condição extremamente favorável no pós-crise.
Também é procedente a declaração do economista Delfim Netto ao considerar que a extensão e a profundidade dessa crise, apesar de intensas, não foram nem de longe as daquela de 1929/1930. Até porque os mecanismos atuais de contenção desses processos de terremotos cíclicos do capitalismo são de comprovada eficiência.
É verdade que os efeitos colaterais dessas crises sistêmicas periódicas do capital são devastadores nos países dos terceiro e quarto mundos e em especial junto às populações mais pobres dessas nações. A resultante é e sempre será fome, desemprego e atraso no salto ao futuro, uma época que passa sem retorno.
As crises mundiais da economia dos anos setenta e oitenta tiveram efeito tão nocivo no Brasil que a consequência foi para lá de dramática. Tanto que os anos oitenta foram considerados entre nós como a década perdida. O País patinou, acumulou violenta dívida externa, sobreveio a inflação e a recessão.
Agora, a nação resistiu bem ao impacto desse grande meteoro financeiro, não houve fuga expressiva de capital e, além disso, cresceu em meio a uma recessão global, principalmente nos países do primeiro mundo. Manteve em níveis baixíssimo a inflação, diminuiu as altas taxas de juros, ainda absurdas. E um crescimento do mercado interno que se revelou um instrumento de soberania.
Mas apesar da incorporação de milhões de pessoas no mercado de trabalho e consumo, há um evidente crescimento da violência e marginalidade social, impondo a necessidade de políticas sociais bem mais eficientes do que as que estão sendo postas em prática na atualidade.