Caminhos para consolidar a transição
A vitória alcançada nas últimas eleições representa mais que uma simples vitória eleitoral, ela consolidou um processo de transição que teve inicio em 2002 com a 1ª vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Nas particularidades da história do Brasil, onde as transformações sociais não se dão por rupturas, a continuidade de um processo de mudança social representa uma conquista de caráter estratégico. Consolidar essa transição é nossa tarefa fundamental.
Publicado 16/11/2010 14:47
Entretanto há um descompasso entre as mudanças políticas e a estrutura econômico-social e institucional em nosso País. Esse descompasso existente nesse processo de transição se expressa no fato de que novas forças políticas chegam à estrutura central do Estado e se deparam com fatores – aparato estatal conservador e antidemocrático, desigualdades sociais, dependência econômica, latifúndio improdutivo, disparidade entre a renda do trabalhador e do capital, disparidades sociais e econômicas entre as regiões do País, degradação ambiental, entre outros – que impedem o desenvolvimento da Nação. Esse é o grande obstáculo a ser superado. O resultado desse processo de transição – que carrega elementos do novo e do velho – não está predeterminado, pode se chegar um desfecho negativo ou positivo que se resolverá no curso da luta política, com a intervenção das classes sociais.
É fundamental, para que o resultado desse processo de transição seja favorável aos setores populares, que as forças políticas progressistas intervenham de forma consciente para superar os entraves políticos e institucionais que trancam o desenvolvimento de nossa Nação. O momento histórico nos cobra uma postura firme e responsável. Não cabem soluções simplistas e pragmáticas. Precisamos construir mecanismos efetivos para a democratização concreta do Estado Brasileiro.
Há tarefas que possuem caráter estratégico para a consolidação dessa transição e que devem estar presente na pauta de luta dos movimentos sociais: a democratização do Estado, a reforma eleitoral, a reforma da mídia, a reforma do Sistema Único da Saúde, a reforma urbana, a reforma agrária, são exemplos de bandeiras específicas que se unificadas ganham papel reestruturador do Estado Brasileiro, pois cumprirão papel fundamental para o desenvolvimento econômico e social, bem como de democratização de nosso País.
Nesse processo os movimentos sociais devem ser protagonistas. A união, a conscientização e a mobilização devem ser palavras de ordem dos movimentos sociais, fortalecendo, assim, seu protagonismo político-social. Não cabe, portanto, o discurso isolacionista, há que se buscar a união dos diferentes setores em busca do desenvolvimento da Nação. A elevação da consciência da classe trabalhadora também é fundamental para os rumos da luta política em nosso País. Só com uma consciência de classe que os trabalhadores e explorados entenderão o caminho que estamos percorrendo e poderão influir decididamente nos rumos do Brasil. Não menos importante é a mobilização. Os movimentos sociais devem estar preparados para defender e para ampliar seus direitos. No próximo período a luta política se acirrará mais. Os setores conservadores não ficarão esperando que as mudanças venham – eles apresentaram suas armar. Os setores progressistas precisão apresentar as suas. Tenho certeza de que a união, a conscientização e a mobilização são nossas armas mais importantes para garantir nossas conquistas e acumular forças rumo a conquistas maiores ainda. Ou alguém tem dúvida de que esse é o caminho para o socialismo no Brasil.