20 anos de inclusão

Entre um candidato negro e um branco e um homem e uma mulher, a política de contratação adotada pela maioria dos patrões brasileiros é de um homem branco. Algumas empresas norte-americanas viraram o princípio de cabeça para baixo: contratam o mais discriminado no mercado de trabalho: a mulher negra.  As empresas adotaram “ação afirmativa".

No Brasil, suas filiais seguiram o mesmo caminho, exemplo: a Levis Straus.“Se há dois candidatos nas mesmas condições, contratamos o menos favorecido no mercado de trabalho", diz Benedito Antônio Pagani, 43, diretor de Recursos Humanos da Levis. Segundo o diretor, a empresa parte do princípio de que a “diversidade de raças, sexo, idade e experiência contribui para a criatividade e melhora a produtividade"

O texto acima, publicado na Folha de São Paulo, em junho de 1995 é um marco nas ações afirmativas no Brasil, nessa época, menos de meia dúzia de empresas estrangeiras e uma brasileira a Fersol cujo o presidente é de origem judaica, resolveram inovar direcionando suas políticas de contratação para os menos favorecidos no mercado de trabalho.

Em 20 anos, muitas coisas mudaram hoje mais de 100 empresas adotam políticas afirmativas estendendo-se a mulheres, Lgbts e portadores de necessidades especiais. As multinacionais continuam na frente, constituem em mais de 90% das empresas.
Meio atrasado também por conta discussão da constitucionalidade das cotas nas universidades públicas no supremo tribunal federal o setor público entrou em campo.

Em São Paulo a lei de cotas no serviço público municipal completou um ano, mudando radicalmente áreas como a procuradoria do município, antes da lei, dos mais de 300 procuradores apenas 4 eram negros, após o último concurso já com a lei de cotas lei 15 entraram pelo sistema mudando a face daquele setor.

Oxalá que nos próximos 20 anos programas de inclusão sejam coisas corriqueiras, nas empresas, estados e municípios tornando o Brasil mais inclusivo no mundo do trabalho.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor