OMS projeta “longo caminho” para o Brasil deixar a pandemia

Número de novos casos por quinzena mais que dobrou em dois meses

A situação da pandemia do novo coronavírus no Brasil “continua muito preocupante” e “o caminho à frente é longo e exige forte compromisso”, disse nesta segunda-feira (3) Michael Ryan, diretor-executivo da OMS (Organização Mundial da Saúde). O número de novos casos de infecção por 100 mil habitantes mais que dobrou no País nos últimos dois meses. “A única saída para países com intensa transmissão comunitária, como o Brasil, é uma parceria forte entre governo federal e estaduais e o engajamento da sociedade”, agregou Ryan.

O País registrou 301 novos casos por 100 mil habitantes nas duas semanas encerradas nesta segunda (3) – um aumento de 123% sobre os 134,4 novos casos/100 mil habitantes da quinzena que terminou em 3 de junho. A velocidade de crescimento arrefeceu, mas o número de novos casos ainda segue tendência de alta.

Em relação à soma das duas semanas até 3 de julho, houve crescimento de 25% nos novos casos por 100 mil habitantes, de acordo com dados publicados nesta segunda pela ECDC (agência europeia de controle de doenças infecciosas). No sábado (1º), o Brasil registrou 1.048 mortes pela Covid-19 e 42.578 casos da doença, segundo levantamento feito pelo consórcio de imprensa que divulga dados diariamente. O país somava 93.616 mortes e 2.708.876 de pessoas infectadas pelo novo coronavírus até sábado.

Segundo a OMS, os governos precisam coordenar e elevar esforços para testar casos suspeitos, tratar os doentes, isolar mesmo casos leves, identificar, rastrear e colocar contatos em quarentena. “É preciso criar condições para que a doença não se espalhe tão rapidamente, dar estrutura para que as comunidades possam seguir as regras e cada pessoa reduza sua própria exposição ao contágio”, diz Ryan.

O diretor-executivo da OMS repetiu que não há “bala de prata” contra a pandemia – e que é preciso adotar uma estratégia ampla, que combine teste, rastreamento e quarentena com informação e engajamento das pessoas, uso de máscara e medidas de higiene. “Alguns países terão que dar um passo atrás e ver se estão de fato fazendo tudo o que é possível politicamente, economicamente e do ponto de vista médico.”

Nos países em que a transmissão está acelerada, como o Brasil, uma estratégia é priorizar as áreas mais críticas, afirmou a líder técnica da OMS para Covid-19, Maria van Kerkhove. “O Brasil tem muitos recursos e é capaz de atacar esse problema”, disse. “É preciso não apenas informar as pessoas, mas engajá-las nas medidas necessárias.”

Com informações da Folha de S.Paulo

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