Uma boa tática precisa de um alvo

Semana passada, publicou-se aqui neste espaço artigo de minha lavra — “Unir o Brasil contra as forças do atraso”. Retomo o mote para melhor desenvolvê-lo. Por Elder Vieira

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Uma tática política adequada requer que se estabeleça um alvo igualmente adequado, com base numa análise objetiva da realidade, e que se explicite as contradições entre o sujeito político que mira e o sujeito político alvejado.

Para este escriba, as “forças do atraso” devem estar na alça de mira das forças progressistas e ser denunciadas como inimigas da Nação. Essas forças foram apontadas como compostas do imperialismo, do latifúndio e da oligarquia financeira. E essas forças, reiteramos, expressam-se hoje, com veemência política e ideológica, na figura do fascista Jair Bolsonaro, alma gêmea de Trump, emblema de uma trupe reacionária que tem, como peça melhor posicionada, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo – privatista de quatro costados, mais autoritário que menino manhoso e inimigo da gente trabalhadora que governa.

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Veja-se: o bolsonarismo está alojado no velho “triângulo do golpe”: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro – sedes das velhas oligarquias antinacionais, antidemocráticas e antipopulares capitaneadas pelo imperialismo. Está disseminado em amplos segmentos populares e na classe média; tem o beneplácito da grande mídia oligárquica, que a ele dá voz, enquanto ataca o Governo Lula; e recebe o apoio extensivo, explícito e irrestrito dos principais anticristos das mais poderosas igrejas-cassinos da paróquia nacional.

O pensamento e o comportamento reacionário, fascista, tem sido reproduzido inclusive nas escolas, por intermédio de uma parcela significativa de docentes que se jactam de “ser de direita” e de um currículo que pouco ou nada ensina de ciência, e que carrega as tintas nas diferenças contra a igualdade e no “faça-se por si sem se importar com os outros e com o amanhã”.

Esse quadro não se instala espontaneamente. Ele é a resposta política e ideológica encontrada pelo imperialismo e seus sócios tupiniquins à crise por eles mesmos piorada, resposta que radica nas famigeradas jornadas de 2013, deságua no Golpe de 2016 e se impulsiona com os quatro anos de Bolsonaro na Presidência da República.

Semana passada, esse que aqui vos enfara alertou: não se deve naturalizar e subestimar o fascismo que campeia nos EUA e no Brasil. Ele é expressão política do capital financeiro internacional, inimigo jurado dos trabalhadores e dos povos. Ele é a ponta de lança das forças do atraso no Brasil.

É necessário, pois, desmascará-las junto ao povo, isolá-las das massas e de outras forças sociais, e desgastá-las política e ideologicamente, por intermédio de um movimento político amplo, de caráter patriótico e democrático, que defenda, contra seus inimigos, a Nação que trabalha e produz.

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