Desemprego no 1º trimestre registra mínima histórica, diz IBGE

Pesquisa mostra taxa de desemprego em 7% entre janeiro e março, o menor valor da série histórica com início em 2012; rendimento médio vai a R$ 3.410 e marca recorde

Foto: José Paulo Lacerda/CNI

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7% nos três primeiros meses do ano e marcou o menor resultado para o trimestre desde o início da série história, iniciada em 2012. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (30) pelo IBGE por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

A medição entre janeiro e março apresenta aceleração positiva de 0,8 ponto percentual em referência ao trimestre anterior encerrado em dezembro do ano passado. Mas o instituto destaca que o número é menor do que os 7,9% registrados entre janeiro e março de 2024.

Com a nova marca para o início do ano, o resultado de 7% desbanca o trimestre de jan-mar de 2014, como melhor apuração, quando ficou em 7,2%.

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A aceleração da taxa no começo do ano é ocasionada pelo aumento do número de pessoas que estão buscando trabalho. De acordo com a Pnad, houve um aumento de 891 mil pessoas em busca de trabalho, o que fez o registro de população que antes era computada como desocupada crescer percentualmente 13,1% em comparação com o trimestre finalizado em dezembro. Apesar disso, o resultado de população desocupada continua menor do que o observado ao final de 2024.

Ainda conforme a pesquisa, o que permitiu que a taxa de desocupação acelerasse foi a redução de -1,3% de pessoas empregadas na passagem entre os trimestres, o que representa 1,3 milhão de pessoas. Apesar disso, é salientado que, em comparação com janeiro a março de 2024, o número de pessoas empregadas está 2,3% acima, ou 2,3 milhões a mais.

Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, explica que o crescimento sazonal da desocupação não compromete o bom desempenho do mercado de trabalho nos últimos trimestres.

“Mesmo com expansão trimestral, a taxa de desocupação do 1º trimestre de 2025 é menor que todas as registradas nesse mesmo período de anos anteriores”, diz.

Carteira assinada e rendimento

Outros dados da pesquisa ainda mostram que o número de trabalhadores com carteira assinada permaneceu estável entre o trimestre encerrado em março e o anterior, com cerca de 39,4 milhões.

Os empregados sem carteira no setor privado, 13,5 milhões de pessoas, foi reduzido em 5,3% em comparação com o trimestre terminado em dezembro – menos 751 mil pessoas. Esta variação é a atribuída aos empregos sem carteira no setor de Construção, Serviços Domésticos e Educação.

Já o rendimento médio das pessoas ocupadas marcou novo recorde na série histórica ao alcançar R$ 3.410 – alta de 1,2% no trimestre e de 4,0% na comparação anual.

Os aumentos se deram, principalmente, em comparação com o trimestre encerrado em dezembro de 2024, entre os seguintes grupamentos de atividade: “Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (4,1%, ou mais R$ 85) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,2%, ou mais R$ 145)”, revela o IBGE.