Lula condena ofício dos EUA contra decisão de Moraes sobre plataforma Rumble
“Que história é essa dos Estados Unidos quererem negar alguma coisa, e criticar a Justiça brasileira. Eu nunca critiquei a Justiça deles”, disse o presidente brasileiro
Publicado 02/06/2025 13:25 | Editado 03/06/2025 18:51

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu duramente contra ofício do governo dos Estados Unidos pelo qual critica a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre bloqueio de um usuário naquele país da plataforma Rumble.
Enviado pelo Departamento de Justiça dos EUA para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o documento informou que a decisão do ministro impactou uma empresa norte-americana.
“O Departamento de Justiça disse ao ministro Alexandre de Moraes que ele poderia aplicar as leis no Brasil, mas que não poderia ordenar que empresas obedecessem ordens específicas nos Estados Unidos”, diz a carta, segundo o The New York Times.
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“Que história é essa dos Estados Unidos quererem negar alguma coisa, e criticar a Justiça brasileira. Eu nunca critiquei a Justiça deles. Ele faz tanta barbaridade, eu nunca critiquei. Faz tanta guerra, mata tanta gente. Por que eles vão querer criticar o Brasil”, discursou Lula neste domingo (1º) durante Congresso do PSB.
O presidente saiu em defesa de Moraes: “Você veja que os Estado Unidos quer processar o Alexandre de Moraes, porque ele tá querendo prender um cara brasileiro que está lá nos Estados Unidos fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro”, disse.
Na semana passada, o secretário de Estado norte-americano, Marcos Rubio, afirmou no Congresso daquele país que há a possibilidade de Moraes sofrer sanções, com base numa lei local, por ações contra a liberdade de expressão de pessoas e empresas dos EUA.
Integrantes do governo norte-americano sofrem pressão do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) para que sejam adotadas sanções contra a Justiça brasileira.
Para tentar livrar o pai da ação penal que tramita no Supremo, o filho 03 de Bolsonaro fugiu para aquele país e, como parlamentar – não havia ainda pedido licença do cargo –, admitiu que estivesse em contato com autoridades para pedir sanções contra o STF.
A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Moraes determinou a abertura de inquérito contra o parlamentar para investigar a suposta prática de três crimes: coação no curso do processo; obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa; e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.