É preciso retomar as ruas com Lula
Diante do avanço autoritário, Lula é peça-chave para reacender a mobilização popular e unir movimentos sociais em defesa da democracia nas ruas do Brasil.
Publicado 02/07/2025 11:30 | Editado 02/07/2025 10:50

O Brasil atravessa um momento crítico. Os ventos da intolerância, do negacionismo e do autoritarismo sopram com força renovada, representando uma ameaça tangível às conquistas democráticas e sociais do povo brasileiro. Diante deste cenário, a necessidade de uma resistência popular vigorosa, organizada e unificada torna-se não apenas urgente, mas vital. E nessa resistência, a figura e a liderança do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva são elementos capitais para capitanear a retomada das ruas pelos movimentos sindicais, estudantis, comunitários e pelo povo em geral.
Os mais recentes eventos da crise da recusa das mudanças na IOF na Câmara e as pesquisas que vão demonstrando uma perda de popularidade do governo, mesmo em meio a números positivos na economia, com o melhor patamar de emprego dos últimos tempos, mostram a necessidade de fortalecer, vocalizar e debater com o povo de maneira mais firme as opiniões, e retomar as ruas, fazendo a mobilização e politização do povo para defender a democracia e o Estado Democrático de Direito.
A ascensão da extrema direita não é um fenômeno abstrato. Ela se manifesta em propostas legislativas que atacam direitos trabalhistas e de largas parcelas da população, em discursos que semeiam ódio e divisão social, em ataques frontais à educação pública, à cultura, à ciência e aos direitos das minorias. É um projeto que busca desmantelar o Estado Social e minar a própria democracia. Combater essa onda exige mais do que apenas ações institucionais, exige a força pulsante das ruas, a voz coletiva que ecoa das fábricas, das universidades, dos bairros periféricos, das praças inundando as principais avenidas das grandes cidades do Brasil.
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Mas por que com Lula? Por ser um símbolo histórico da resistência e do povo. Lula personifica, como poucos, a luta histórica dos trabalhadores e das camadas populares brasileiras. Sua trajetória, desde as greves do ABC até a Presidência, é indissociável da organização sindical e popular. Sua voz carrega um peso simbólico imenso e uma capacidade única de mobilizar as bases.
O desafio é enorme e exige mais de nós, a disputa da narrativa pede uma mudança da tática com brevidade, a disputa apenas nas redes sociais não resolve, as manifestações de junho de 2013 foram um marco de início da crise populista de direita que levou o Brasil a um governo de tipo autoritária e ultraconservador, a hora agora é de retomar as ruas, dialogar com pautas que tem potencial de mobilizar o povo, a exemplo da crise do IOF que pode gerar um debate sobre o peso dos impostos nas camadas mais pobres da população.
Os movimentos sociais, sindicais e estudantis possuem pautas específicas, mas a ameaça da extrema direita é comum a todos. Lula possui a experiência e a legitimidade para articular essa ampla frente, conectando as lutas específicas ao combate maior contra o retrocesso democrático e social.
O Presidente mantém um vínculo profundo com as massas populares. Sua presença nas ruas não será apenas simbólica, será um chamado direto, um reconhecimento da força que emana do povo organizado. Ele tem a capacidade de traduzir a complexidade do momento político em palavras que ecoem e motivem a ação nas bases populares.
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Como Presidente eleito, Lula carrega a legitimidade das urnas. Sua liderança na mobilização popular contra os excessos da extrema direita reforça o caráter democrático e constitucional dessa resistência, contrastando com os métodos violentos e discursos de ódio do adversário.
Capitanear não significa substituir. O protagonismo deve permanecer com os movimentos sociais, com suas lideranças locais e suas pautas autênticas. O papel de Lula é o de catalisador, articulador e amplificador. É necessário convocar o povo, usar sua tribuna e sua voz para convocar explicitamente a população a se organizar e ocupar os espaços públicos em defesa da democracia e dos direitos.
É preciso buscar articula e facilitar a união entre centrais sindicais, UNE, UBES, movimentos de moradia, de luta por terra, movimentos negros, LGBTQIAP+, indígenas, ambientalistas, criando uma frente ampla e coesa.
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Lula nas manifestações muda a qualidade destas. Sua presença garante cobertura midiática e coloca a mobilização popular no centro do debate político nacional, desafiando a narrativa da extrema direita. Tem potencial para inspirar e reacender a chama da esperança e da crença na força coletiva, mostrando que a resistência organizada é o caminho para barrar o avanço autoritário.
O silêncio e a inação são o combustível da extrema direita. A hora é de luta organizada, de corpos presentes, de vozes unidas. O Presidente Lula, com sua história e sua posição única, tem o dever histórico e a capacidade política de liderar esse chamado. É tempo de ele voltar às origens, às ruas, e, ao lado dos sindicatos, estudantes, comunidades e de todo o povo que defende a democracia e a justiça social, capitanear a resistência popular que será o muro de contenção contra o avanço da intolerância e do retrocesso. As ruas clamam por liderança. O momento exige Lula na linha de frente, não apenas no Palácio.