Lula visita Cristina Kirchner e deseja que “siga firme na luta por justiça”
Após participar da 66ª Cúpula do Mercosul, Lula esteve com ex-presidenta e disse que ambos compartilham “ideais de justiça social e combate às desigualdades”
Publicado 03/07/2025 16:42 | Editado 03/07/2025 17:03

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, em Buenos Aires, nesta quinta-feira (3). Ele viajou ao país vizinho para participar da 66ª Cúpula do Mercosul e assumir a liderança temporária do bloco.
“Fiquei muito feliz em revê-la e encontrá-la tão bem, com força e gana de luta. Tenho por Cristina uma amizade de muitos anos, que vai muito além da relação institucional. Um carinho e afeto de amigos, companheiros de campo político e de ideais de justiça social e combate às desigualdades”, declarou Lula, via redes sociais.
O presidente disse, ainda, que “além de prestar minha solidariedade a ela por tudo que tem vivido, desejei toda a força para seguir lutando com a mesma firmeza que tem sido a marca de sua trajetória na vida e na política. Pude sentir nas ruas o apoio popular que tem recebido e sei bem o quanto é importante esse reconhecimento nos momentos mais difíceis. Que fique bem e siga firme na sua luta por justiça”.
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Cristina está em prisão domiciliar e a visita teve de ser autorizada pela Justiça argentina. Ela foi condenada a seis anos de prisão e inelegibilidade vitalícia no início de junho, por supostas irregularidades em obras públicas durante seu governo (2007-2015).
A ex-presidenta também destacou a visita em seu perfil: “Hoje recebemos o parceiro Lula em minha casa, onde estou em prisão domiciliar por decisão de um Judiciário que há muito deixou de esconder a sua subordinação política e se tornou um partido político a serviço do poder econômico”, afirmou.
Ela salientou que “Lula também foi perseguido, também lhe fizeram lawfare até o prender e também tentaram calá-lo. Eles não conseguiram. (Lula) voltou com o voto do povo brasileiro e de cabeça erguida. É por isso que, hoje, sua visita foi muito mais do que um gesto pessoal: foi um ato político de solidariedade”.
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Cristina também criticou a condução do país pela extrema direita, liderada por Javier Milei: “Custou-nos demasiado construir a democracia argentina para permitir que agora, passo a passo, a desmontem. No entanto, essa mesma democracia hoje está sendo destruída por um governo que se diz ‘libertário’, mas que só dá liberdade aos mais ricos”.
O processo que levou Cristina à condenação tem sido criticado por especialistas e políticos, que apontam incongruências e inconsistências. Além disso, argumentam que o caso faz parte de uma estratégia de lawfare — o uso das instituições judiciais para criminalizar a oposição e eliminar concorrentes eleitorais —, assim como ocorreu com Lula e com outros presidentes sul-americanos.