A menina dos nossos olhos em debate

Neste fim de semana – de sexta a domingo – o PCdoB realiza em São Paulo o seu 7º. Encontro Nacional sobre Questões de Partido, reunindo quadros dirigentes políticos e de organização de cerca de 300 municípios brasileiros. Um acontecimento notável no ambiente ora marcado pelo desprestígio dos partidos e da atividade política em nosso país. E que interessa, assim, não apenas aos comunistas, mas a todos os que se batem pelo fortalecimento da vida democrática.

Não se pode dispensar a existência de partidos política e ideologicamente definidos, programáticos, coerentes em sua prática cotidiana. Os partidos, nas suas mais diversas feições, representam classes e segmentos de classe presentes na disputa pela hegemonia na transformação da sociedade (ou na defesa da manutenção do status quo, caso dos partidos de natureza conservadora). São uma forma de organização superior – porque debatem e se movimentam em torno dos rumos da nação – aos sindicatos, associações, grêmios, centros acadêmicos e entidades democráticas em geral que, mesmo os mais esclarecidos, têm raízes em interesses corporativos ou setoriais.

Os comunistas se batem por um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que, a um só tempo, uma vez alcançado, consolidará a identidade e a soberania da nação, ensejará formidável progresso social e a elevação da consciência política dos brasileiros – desse modo propiciando a formação de uma consciência social avançada, apta a vislumbrar na linha do horizonte a necessidade do socialismo. Têm, por isso, necessidade de aprimorar seu descortino político e sua força organizativa, a base da combinação entre a teoria científica marxista-leninista e a justa compreensão da complexa, multifacetada e mutante realidade brasileira. Nesse sentido, o 7º. Encontro visa justamente cotejar lições das experiências vividas, reafirmar e atualizar conceitos e preparar o esteio de quadros dirigentes (dos níveis nacional aos municípios) para arrostarem os desafios de hoje.

Permeiam o debate a reafirmação do papel estratégico do PCdoB e a superação da defasagem entre a influência política crescente dos comunistas e ainda insuficiente estrutura militante. Em destaque a tradução da atual política de quadros às realidades específicas das diversas frentes de atuação partidária.

Cuida, portanto, o 7º. Encontro, da “menina dos nossos olhos”, expressão bem humorada de Lênin, o genial líder da Revolução Russa, para enfatizar a absoluta necessidade do partido de classe como expressão da vontade política dos que sobrevivem do trabalho.

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