Alckmin e a Amazônia

No 1º debate de TV Lula deixou Alckmin ainda mais histriônico e irritadiço ao lhe questionar se eles “que haviam privatizado tudo, pretendiam privatizar a Amazônia”. A frase chamou mais atenção do que todo o arsenal de números positivos que Lula apresento

Por que uma simples frase dita entre um misto de ironia e real preocupação, abalou tanto o tucano e mereceu enorme destaque na mídia?


 



Por três razões básicas: o furor privatista dos oito anos de FHC (PSDB/PFL); a ojeriza que a direita revela em relação a investimentos públicos para desenvolver regiões economicamente atrasadas e a evidência cada vez mais forte de que a pressão pela internacionalização da Amazônia vai se tornando escancarada.


 



Eles podem até jurar que não vão privatizar, mas ninguém acredita. Por onde passaram, o estado virou pó, tanto pela demissão de servidores como pela privatização de bancos, água, portos, siderúrgicas, telefones e até rodovias.


 



Sem pesados investimentos públicos na Amazônia essa região estratégica não terá como se desenvolver. No mundo inteiro foi assim que as regiões economicamente atrasadas alcançaram um novo patamar. Mas isso contraria a lógica neoliberal. Basta ver o que fizeram com a Zona Franca de Manaus: o CAS ficava um ano sem reunir.


 



Se a região não se desenvolver para elevar o padrão de vida da população, sua defesa contra a ofensiva estrangeira será inglória, na medida em que é impossível se defender uma área sem o apoio decidido de sua população nativa. Num cenário desse, idéias absurdas como a privatização da Amazônia, defendida pelo ministro inglês, passará a ser considerada com “naturalidade”.


 



Daí a conclusão de que a idéia de privatização da Amazônia, num eventual novo governo tucano, não é tão absurda quanto parece. Essa é a razão pela qual o candidato tucano acusou tão violentamente o golpe.

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