Alternativas para a Amazônia

A Fundação Mauricio Grabois e o Partido Comunista do Brasil acabam de concluir com absoluto êxito o seminário “Amazônia Sustentável”, realizado nos dias 28 e 29 passado na cidade de Belém, Pará.

O tema do seminário é auto-explicável. Buscamos uma alternativa que a um só tempo promova o desenvolvimento da região; eleve o padrão social, econômico e cultural de sua gente e assegure a preservação de seus abundantes recursos naturais. Em outras palavras: buscamos o desenvolvimento sustentável.


 



As mesas, no geral compostas por políticos, ativistas, gestores públicos e cientistas com razoável conhecimento do assunto cumpriram plenamente esses objetivos.
A mesa de abertura o presidente nacional do PCdoB, camarada Renato Rabelo, que delineou os objetivos e a visão básica que o Partido tem sobre o tema, seguido pela governadora do Pará, Ana Carepa (PT) que expôs o projeto básico que o seu governo está desenvolvendo para recuperar áreas degradadas do seu estado, com ênfase no desafio de plantar 1 bilhão de árvores.


 



A segunda mesa tratou dos alicerces, ou seja, da imprescindível soberania nacional sobre a região e os aspectos multiculturais. O autor em questão tratou de demonstrar que o ponto de partida para a nossa reflexão é repudiar toda e qualquer política que questione ou relativize a soberania brasileira sobre a nossa Amazônia. Fez um histórico das inúmeras táticas que o imperialismo tem usado nesse sentido e discutiu as tres concepções básicas que orientam os que polemizam a Amazônia: produtivistas, santuaristas e sustentabilistas.


 


 


Conclui, portanto, que a defesa real da Amazônia passa pelo seu pleno desenvolvimento, realçando que a questão não é de caráter regional, mas sim nacional. A Amazônia tem que ser pauta nacional. Ricardo Abreu Alemão discorreu sobre o multiculturalismo e os conceitos de Estado, Nação, nacionalidades, povos e etnias, organizando o arsenal teórico sobre um assunto particularmente sensível nesse debate: a relação com os diversos grupos indígenas da Amazônia.


 



Na mesa que tratou das riquezas e particularidades da Amazônia, o diretor do INPA – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazonia- , Adalberto Val, expôs com a autoridade de quem dirige o maior instituto de biologia tropical do mundo, o papel da ciência na defesa desse patrimônio nacional e também conclui que a Amazônia é uma questão nacional; Neuton Miranda, Gerente de Patrimônio da União do Pará, demonstrou a complexidade da questão fundiária e as implicações da não solução desse problema; Rubens Gomes, presidente do GTA, a maior rede de ONGs do país, tratou de expor a sua visão critica sobre os processos de ocupação predatória da região mas convergindo para a necessidade de um desenvolvimento real em bases sustentáveis.


 


Por fim, a mesa “Desenvolvimento Sustentável da Amazônia”, tratou de elencar os principais pontos ou plataformas que sirvam de base para esse projeto. Daniel Vargas, representando o Ministro Mangabeira Unger, sintetizou a política estratégica da secretaria para a Amazônia, com destaque para a solução do problema fundiário. Em seguida opinou a Deputada Federal Vanessa Grazziotin -PCdoB, AM- historiando os vários ciclos econômicos da região, os aspectos negativos e positivos da lei de outorga de floresta e o papel do PAS – Plano Amazônia Sustentável – do qual ela foi uma das principais artífices para o seu relançamento em 2007 – nesse contexto. O secretario de Meio Ambiente do Pará apresentou as medidas que o seu governo vem tomando para minorar a degradação ambiental do Pará, com destaque para a política de reflorestamento. E o representante da FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos- , Avilio Franco, expôs as varias linhas de atuação da instituição e o quanto ela pode contribuir para a solução de problemas concretos desse debate.


 



A participação dos presentes foi outro ponto alto. Com questionamentos no geral bem articulados e fundamentados as duas centenas de militantes que para lá acorreram nos ajudaram a dar os passos iniciais para sistematizar uma opinião básica, unificada, sobre esse extraordinário mundo, o “mundo amazônico”.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
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