Amal Murkus em Turnê no Brasil

Conforme anunciamos desde o dia 4 de setembro em nossa coluna semanal, encerrou-se esta semana a breve turnê de uma das maiores e mais combativas cantoras palestinas em sua primeira visita ao Brasil. Trata-se de Amal Murkus e sobre o seu trabalho, mais um

Um sucesso estrondoso


 


 


A organização da turnê de Amal no Brasil foi organizada por um dos maiores produtores culturais de quem tenho notícia. Trata-se de Ali El Khatib, meu colega sociólogo, administrador, pequeno empresário do turismo, superintendente do Instituto Jerusalém, uma ONG que procura difundir a cultura milenar árabe no Brasil, e particularmente em Campinas. Este evento de Amal marca o 27º ano de eventos culturais árabes que Ali organiza em Campinas e em São Paulo.


 


 


Amal, conforme previsto chegou na madrugada de 22 de setembro, desembarcando no Aeroporto Internacional de Cumbica, onde foi recepcionada por uma delegação de integrantes da comunidade árabe-palestina em São Paulo. Entrou em seguida em uma maratona de ensaios de seu show que canta a Paz na Palestina. Veio acompanhada de seu maestro e arranjador, Nasém Dakwar, também alaudista. Nos três primeiros dias de ensaios, juntou-se ao conjunto de artistas que são Sami Bordokan (alaúde), seu irmão William Bordokan (percussão, derbake) e Cláudio Kairós (canum, uma espécie de harpa árabe com mais de 70 cordas que se toca horizontalmente em cima das pernas). Vamos aos três eventos.


 


 


São Paulo, 25 de setembro, quinta – o primeiro dos três espetáculos, patrocinados pelo SESC/SP, dirigido pelo colega Danilo Santos de Miranda, ocorreu na quinta-feira, a partir das 19h. Os 600 lugares do SESC Vila Mariana não foram suficientes para abrigar todas as pessoas que queriam ver Amal. O mais interessante nisso é que estiveram presentes 85 camponeses de vários países, estudantes da Escola “Florestan Fernandes” do MST, que compareceu inclusive com o seu dirigente máximo, João Pedro Stédile, que homenageou Amal publicamente. Há muito que o MST mantém boas relações com os palestinos, na linha da solidariedade internacional. Também a União Brasileira de Mulheres – UBM esteve presente e entregou um buquê de rosas à Amal;


 


 


São José do Rio Preto, 26 de setembro, sexta – Amal segue para essa cidade e se apresenta no teatro do SESC local, de capacidade para 300 lugares, mas que também lota em sua capacidade, sempre acompanhada do conjunto árabe-brasileiro, de seu maestro e do produtor Ali El Khatib;


 


 


Campinas, 28 de setembro, domingo – última apresentação de Amal no Brasil. A partir das 20h, em torno de 350 pessoas, ouvem Amal cantar as canções palestinas da resistência, das lutas desse sofrido povo. Ela quando falando em árabe, contou com a tradução de Sami Bordokan. Ali fez a abertura e contou inclusive do projeto de Ponto de Cultura que ele dirige com seu Instituto Jerusalém, cujo objetivo deve ser organizar uma orquestra de percussão jovem de instrumentos árabe em Campinas em 2009, sob regência inclusive de William Bordokan. A parte alta do show foi quando Amal cantou uma música brasileira com letra árabe. Ao final, foi ovacionada de pé por vários minutos pelos presentes.


 


 


Após o espetáculo, tive o prazer de estar pessoalmente com Amal. Ela autografou dezenas de seu novo CD (“Hortelã”). Conversamos, claro, em seu inglês fluente. Ela tinha recebido através de Ali, meu artigo anterior neste portal e agradeceu o apoio e á divulgação dos shows. Disse que esperava rever-me na Palestina, ao que me emocionou muito. Fizemos uma foto em conjunto (aqui publicada).


 


 


Amal é aquela combinação harmônica e realmente dialética entre forma e conteúdo. Uma linda mulher palestina-árabe, lutadora, comunista, de bela voz, que empresta sua arte e sua cultura, o seu sofrido canto, para a libertação de seu povo. Vida longa á camarada Amal Murkus. Que seu sucesso em todo o mundo possa ajudar e apressar não só os processos de paz na palestina, como nos trazer o tão sonhado Estado Palestino, com Jerusalém como sua capital. Estamos perto disso? Veremos.

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