Amazônia & Biopirataria

Os jornais de Manaus acabam de noticiar mais um caso de biopirataria na Amazônia e a conseqüente prisão do biólogo e “pesquisador” alemão Heiko Bleher, juntamente com a fotógrafa Natalya Khardina, do Uzbequistão.

A biopirataria, como o próprio sugere, trata-se do contrabando de seres vivos da Amazônia, sejam plantas ou animais. A literatura recente registra, também, o contrabando de sangue de índios do estado do Acre, dentre os casos documentados, pois se presume que esta prática criminosa seja recorrente em praticamente todos os estados amazônicos.


 



A biopirataria na Amazônia, lamentavelmente, não iniciou com essa dupla de vigaristas e tampouco se encerrará com eles. Remonta a expedições “científicas” desde sempre e o caso mais emblemático foi o contrabando de sementes de seringueira feito pelos ingleses, para a então colônia britânica da Malásia. Por isso, notícias de biopirataria na Amazônia já se tornaram tão freqüentes que viraram “paisagem”, para usar um jargão de comunicação.


 


A dupla recentemente presa são os remanescentes de uma grande expedição composta de “pesquisadores” alemães, russos e ucranianos, que desde julho viajavam pelo estado do Amazonas acompanhados pela fotógrafa Natalya Khardina, do Uzbequistão, fotografando e coletando espécies distintas. Todos os demais integrantes do grupo já deixaram o país e não se tem a menor idéia de quanto contrabandearam em espécies amazônicas.


 


Neste período perambularam pelos municípios de Barcelos, Jutai e Tabatinga. Singraram, portanto, distintas regiões do rio negro, do rio jutai e do alto Solimões, na tríplice fronteira Brasil-Peru-Colombia.


 


O biólogo alemão, segundo a Policia Federal que efetuou a prisão, já veio mais de 400 vezes ao Brasil e em seu poder foram encontrados peixes ornamentais vivos e peixe em formol, evidenciando o claro propósito de estudos das espécies fora do solo nacional.


 


No momento em que comemoramos a semana da pátria é imperioso salientar que a nossa soberania sobre a Amazônia está em permanente questionamento por praticamente todas as potências estrangeiras. Fica evidente, por outro lado, que o pleno desenvolvimento dessa região, em bases sustentáveis, é a única garantia real de integridade territorial futura.

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