Amplitude

Ensina-nos um milenar adágio chinês que: ir além dos limites é tão ruim quanto ficar aquém dos limites. O atual contexto político nacional, com reflexos diretos pelos estados, instiga-nos à reflexão qu

Aliás, ela já começou há bastante tempo, através das escaramuças de acusações, procedentes ou não, no cenário institucional brasileiro. Pode-se afirmar que existe uma guerra de posições e outra que acontecerá no período legalmente determinado à campanha eleitoral propriamente dita.

O que se encontra em jogo é um grande embate entre as forças conservadoras, tradicionais e pós-modernas, contra o chamado campo desenvolvimentista. Os primeiros almejam a retomada do poder, retirado pelo voto popular nas últimas eleições presidenciais.

Durante esses últimos anos o resultado das escaramuças expôs as vísceras das mazelas decorrentes de uma arraigada cultura política em nosso país, tidas como “naturais”.

Aqueles que delas sempre se utilizaram, ao longo de dezenas e dezenas de anos, em todos os períodos republicanos, passaram de vidraça a estilingue. A luta pelo domínio das instituições do aparato estatal é muito mais encarniçada do que imaginam os mortais, como nós.

As esquerdas, núcleo central do governo Lula, aprenderam a dura lição. As elites dominantes possuem alto grau de experiência, sagacidade política. As artimanhas, as armadilhas empregadas são inúmeras.

Sob intenso fustigamento, por parte dos conservadores, o presidente da República mantém altíssimos índices de aceitação, ultrapassando a faixa de 62% do eleitorado brasileiro.

As esquerdas históricas podem ser vitimadas pela cláusula de barreira. São organizações que conferem a legitimidade que se exige em um verdadeiro Estado de Direito. As elites buscam introduzir o bipartidarismo. Já o PT sofreu para exorcizar a sua cultura partidária.

Lançando candidatos majoritários em dezoito estados, buscando “recuperar mandatos e auto-estima”, o PT pode repetir uma política exclusivista, da qual havia feito mea-culpa, sem reciprocidade para com os seus aliados da esquerda.
Lula, nessas circunstâncias, sem suficiente base parlamentar, poderá tornar-se refém dos segmentos conservadores. É fundamental a amplitude política.

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